Este espaço visa dar a conhecer uma verdadeira Paixão, a caça às Galinholas com Cão de Parar, como também mostrar um pouco do nosso trabalho na criação do Setter Inglês, uma maravilhosa raça inevitavelmente ligada a esta nobre e enigmática ave que a muitos de nós encanta, a Bela Dama dos Bosques, a Galinhola.
sábado, 24 de dezembro de 2016
Galinholas de Natal.
Véspera de Natal, como é tradição vou à caça, continuo sem saber porquê mas tem um sabor especial ir ao campo neste dia, em nenhum outro me dá tanto prazer cobrar uma Galinhola, talvez o facto de chegar a casa e deixar como é costume a caça abatida na bancada da cozinha, nunca noutra altura as peças abatidas se enquadram tão bem com tudo o resto, com a envolvência e com o ambiente.
Desta vez a jornada foi em família, acompanhado pelo meu Irmão, começámos cedo, o frio apertava mas terminámos a jornada com um calor anormal, as diferenças térmicas de manhã para o meio do dia são enormes.
Logo a abrir encostado ao carro a Elma fica em mostra, achei que não era nada, logo ali num bocadinho de eucaliptos sem tamanho, a Íris tira as teimas e fica também em mostra, acerco-me das cadelas, eu de um lado o meu irmão do outro, sai um torcaz quando as cadelas estavam em mostra, olho para o ar para acompanhar o pombo, quando junto ao chão sai uma galinhola, não demos com mais ela, mas era um bom presságio.
O que se seguiu foi um recital de bem caçar das cadelas, a Íris para-me uma Galinhola que me sai boa, meto a arma à cara erro-a no primeiro mas, achei que lhe tinha dado no segundo, o meu irmão tinha de outro ângulo a mesma sensação, mandei a cadela cobrar mas nada, virámos tudo mas nada.

Resumindo, uma grande jornada em família, vários lances, um abate para cada um e sobretudo os momentos inesquecíveis e um trabalho magnifico da Íris e da Elma que nos brindaram com lances fantásticos, pois são eles os cães que nos fazem saír ao campo.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
Sentimento agridoce.

A Manhã começava fria, 0.5ºC contrastando com um céu azul lindo, levava no carro o Don e a Íris, mas a minha Paixão pela nova menina levava-me uma vez mais a não sair com o Don, algo a que ele se habituou a ver fazer mas de forma inversa, a ver os outros ficarem no carro.
Confesso que estou viciado nesta cadela, tudo nela me agrada, até mesmo o facto de ser novidade, sinto-me um adolescente com namorada nova, todos os momentos são para desfrutar e descobrir o que há de novo.
A jornada começou com um abate de algo que não me calhava em sorte há muito tempo, um coelho, escassos nos tempos que correm!
Depois de vários lances com as Perdizes, que teimavam em sair sempre largas, lá fomos ter com a nossa amiga, uma Galinhola que nos brindava há sete jornadas, um pássaro astuto, tão astuto que foi sempre mais forte, conseguindo ludibriar-me vezes sem conta, sabia que esta Galinhola acabaria por perder um dia, a diferença é que quando eu ganhar ela perde a vida.


Pouco depois um verdadeiro penalti, o telemóvel não parava de tocar, eu, completamente desconcentrado errei um penalti oferecido pela Íris, fica para a próxima, pois o importante é desfrutar e hoje, desfrutei como nunca!
sábado, 17 de dezembro de 2016
Íris como és grande!
Caçar muito e matar pouco é a velha máxima dos caçadores de Galinholas, talvez a frase mais adequada à jornada de hoje, lances de sonho com a Iris e a Holgah da Pedra Mua.
A Iris novamente em grande, não sei explicar por palavras a Paixão que tenho em caçar com esta cadela, ao ponto de fazer o impensável, não ter tirado o Don do carro, algo que é uma novidade, mas estou viciado na Iris, talvez seja por ser novidade, talvez seja por ser diferente, mas acima de tudo é porque ela impõe emoção a cada lance, porque é autoritária com as Galinholas, forte e sobretudo muito encontradora.
Hoje além de me brindar com belos momentos com as Perdizes bravas, os primeiros toques do beeper foram com um par de galinholas, bem paradas na borda do Eucaliptal, onde atirei a uma delas que fiquei na duvida se tinha ido chumbada, inicialmente achei que não a tinha tocado mas, depois pensando bem isso era improvável tendo em conta a saída dela, a altura que voou e a posição dos tiros mas, o que é certo é que ela não tinha caído, não fosse o meu sogro numa posição mais elevada que viu para onde ela tinha ido, nunca tinha cobrado esta Galinhola, pois a 300 metros mais a baixo a Holgah começa a guiar de longe e fica em mostra, eu olho para o chão e para meu espanto vejo a Galinhola morta de asas abertas, felizmente que o lance terminava da melhor maneira. Pensando bem, quantos lances destes temos? Quantas achamos que vão embora sem serem chumbadas e depois acabam por morrer longe? Espero que poucas.
Pouco depois foi um recital de beeper das duas cadelas, ambas em mostra uma a 100 metros da outra, sirvo a Iris mas a Galinhola sai muito tapada, achei que a tinha abatido pois não a vi passar, mandei cobrar mas, foi o meu sogro que me alertou que ela tinha seguido, de um ângulo mais favorável teve outra percepção.
Pouco depois invertem-se os papeis, A Iris em mostra mas, era a Holgah que a tinha 40 metros ao lado, errada pelo meu sogro.
Em caminho digo ao Carlos, "nesta zona costuma estar uma muito andarilha..." e instantaneamente ouço o beeper da Iris a tocar já estava com ela, corro e a cadela assim que me sente começa a guiar a uma velocidade estonteante, tento acompanhar mas, cadela e pássaro iam muito rápido, a Iris com ela no nariz foi soberba, acabando por levantar larga e naturalmente errada, mais uma vez ela ganhou o embate mas, um dia a sorte muda, até lá tiro-lhe o chapéu!
domingo, 11 de dezembro de 2016
Quase Pecado.
Mais um dia de caça, 5:20h a pé, já custa a levantar, mas rapidamente entramos no espírito, as viagens solitárias custam mas fazem parte e têm de ser feitas.
Não sabia o que me esperava, não conhecia o couto, nem sequer tinha ideia como seria na realidade, há muito que deixei de tentar imaginar o que irei encontrar, criando na minha cabeça imagens de um terreno feitas através daquilo que os outros me contam e, ou a minha imaginação é muito fértil ou, sou demasiado optimista, talvez um pouco das duas, por norma nunca é como eu imaginei ou como me contam, saindo sempre goradas as minhas expectativas.
Desta vez até achei que os terrenos eram bons, melhores que aquilo que me transmitiram, ao ponto de achar que deveriam estar ali mais Galinholas, mas não estavam.
O Don, que neste momento só faz pequenas jornadas devido à lesão na pata, se aperto um pouco mais piora, esteve ao seu nível, não direi que é alto ou baixo, é o dele, dificilmente suplantável. Rapidamente encontra e bloqueia uma Galinhola na "autoestrada" numa zona despida, um verdadeiro penalti que de tão fácil foi quase pecado.
Depois disso foi bater os terrenos minuciosamente, bonitos de montado com sargaço e estevas, quando ia ao telefone com a minha Mulher, disse-lhe o seguinte, "vou desligar, este bocado tem tão bom aspecto que tem de estar aqui uma Galinhola!" passado pouco mais de 1 minuto e o Don com outra, mais um penalti e a segunda a ser cobrada, regressei ao carro e não vi mais nenhuma, 10:30h e estava despachado para ir almoçar com a Família.
sábado, 10 de dezembro de 2016
Íris salva uma vez mais a jornada.

A primeira Dama foi encontrada numa zona muito típica, bem trabalhada pelo Ernesto, saiu-me meia tapada mas em condições de cair, bem errada, enfim nem todas podem cair, fica para a próxima para desalento do Cão.

Depois foi picar o ponto com uma velha conhecida, a cadela esteve muito bem, parou a Galinhola com grande classe, foi guiar pelos terrenos de crença deste pássaro, eu adiantei-me à cadela mas a Galinhola já se tinha adiantado ainda mais, saiu um pouco larga mas muito a tiro, por via das duvidas e com medo de a deixar ir ferida, optei por não lhe atirar, fico contente com a atitude, apesar de ter ficado a remoer no tema, outros lances seguramente me dará.

Refresco-me a mim e à cadela no bebedouro das vacas, e lá vamos nós em busca daquela complicada, não tardou muito à Iris se deitar com ela, o beeper toca, cala-se a cadela guia, toca novamente, e pouco depois com muito espalhafato a Galinhola no ar cabeço a baixo, 2 tiros o primeiro bem errado e a convicção de lhe ter dado no segundo, depois instala-se de imediato a angustia de a ver cair longe, num vale no monte em frente, uma zona suja, achei que poderia não a encontrar. O cobro foi demorado, mas felizmente e finalmente a Iris deu com ela e cobrou-a, ao cair do pano lá conseguimos uma mais, num lance completo de uma cadela com que eu me apaixono mais a cada jornada que passa.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
Insana Paixão!
Que estranha loucura é esta que me faz chegar a casa depois de uma directa a trabalhar, meter a cadela no carro e sair para a caça?
Que insana Paixão é esta que me faz sair da cama de madrugada, fazer muitos Km de forma solitária ainda de noite e debaixo de temporal com avisos laranja, com muita chuva, vento e frio, apenas levando comigo a convicção de que os cães me vão dar mais um daqueles momentos únicos que nem fotos nem filmes conseguem transmitir as emoções sentidas.
Hoje foi uma jornada difícil, cansadíssimo, com uma directa em cima, encostado ao carro esperava que o Sol se decidisse a dar-me a hora da partida, o vislumbre de 2 Galinholas à passagem que se mostraram todas naqueles segundos mágicos do Lusco Fusco, onde as Damas como que por magia parecem transformar-se em seres alados e nos mostram toda a sua graciosidade, isto foi quase como que uma injecção de adrenalina para a jornada que se avizinhava.
A manhã foi difícil, a cada toque do beeper da Iris o corpo tardava a responder, cada cabeço que tinha de subir pareciam os Himalaias, o que a falta de sono nos faz.
A Iris esteve como sempre há altura das expectativas, dando-me um verdadeiro Penalti que aproveitei bem, depois uma mais que saiu larga e que ao ouvir o som do tiro instantaneamente roda e o tiro esbarra no chaparro, mais 3 pássaros vistos, levantes sem conta e nenhuma outra que se deixa-se atirar, 11h e estava despachado para ir repor o sono e prolongar os lances da Iris em sonho, pois esta cadela faz a realidade parecer um bonito sonho.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
Don e que mais...

Os terrenos mudaram muito, temia que tivessem desmatado tudo, mas foi precisamente o inverso, não mexeram e, as zonas que outrora eram mágicas, estão agora desprovidas de preceito para que as Damas novamente as povoem. Já as zonas que há uns anos foram desmatadas, são aquelas que agora reúnem as condições ideais para albergar Galinholas.
Cantinho a cantinho deixei-me guiar por onde a minha memória me levava, o instinto e o conhecimento levou-nos até elas, eu e o Amigo Nuno Henrique Calado, novo nestas andanças de caçar às de Bico longo, depressa percebemos onde elas estavam, ou seja, nos locais mais complicados para nós, difíceis de as vermos e mais ainda de atirar.

O Don não tardou a para-la bem parada acabando por ser abatida entre os dois, seguiu-se para o Nuno momentos de angustia pois achava que não dávamos mais com ela mas, o Don terminou o seu lance com um cobro fenomenal já bem longe do local onde a tínhamos atirado, Grande momento do Don, de principio ao fim!
Ainda tivemos mais 2 pássaros e vários levantes e um indulto mais mas, nenhuma delas deixou servir o cão a tempo de fazer tiro.
Foi uma manhã bem passada com vários lances bem conseguidos pelo Don, e na companhia de um Amigo que começa a entender a magia das Galinholas e dos Setters, jornada a repetir.
sábado, 26 de novembro de 2016
Avançamos em equipa!

Os locais de crença cedo revelaram os seus encantos, cedo nos mostraram Galinholas já bem instaladas e conhecedoras do terrenos que pisam, os levantes vão-se sucedendo assim como os abates.
Esta época com cães novos é sempre uma incógnita, especialmente com Don depois a recuperar de uma lesão numa pata, que o afastou das primeiras jornadas, começando só agora a sair, levando-me a sair mais vezes com a Iris, a mais nova da equipa mas que me tem dado momentos únicos de adrenalina, com a sua paixão, estilo e eficácia, o Ernesto tem alternado as suas saídas entre as minhas mãos e as do meu irmão, já tendo as primeiras Galinholas cobradas em terras lusas.
Quinta Feira 24-11-2016

Tinha a convicção que tinham entrado pássaros, o tempo mudara dias antes, as temperaturas baixaram muito, nevou nas terras altas, ventos fortes e muita chuva são indícios de mexidas, e foi isso mesmo que encontrámos.
A primeira foi muito bem parada numa zona de crença, o Beeper tocou 3 ou 4 vezes e a Galinhola saiu para a frente, um lance fácil para mim, mas um pássaro bem metido pela cadela, e muito bem cobrada, enquanto falava com a cadela e lhe dava os parabéns com o meu entusiasmo do costume e ainda sob o efeito da adrenalina, sai uma outra Galinhola, que acabou por nos dar muito trabalho mas não me deixou chegar à cadela, saindo boa a mim e como a cadela não estava sequer enquadrada no lance não atirei, acabando a Galinhola por ir para o couto do lado.
A segunda foi numa zona com demasiado bom aspeto mas, muito pequena, a Iris manda-se para o chão, guia 2 metros e a Galinhola sai totalmente a descoberto para mais um tiro e cobro fáceis, pouco depois uma que se levanta larga e que lhe perdemos o rasto.

Em resumo, uma jornada de sonho onde a Iris abriu o livro e nos deu o primeiro cupo da época.
Sábado 26-11-2016

A Iris era a primeira a sair, uma volta curta pois tinha de dar minutos ao Don já recuperado da lesão muscular numa para traseira, não demos com a Galinhola que eu já tinha visto com o Ernesto, deve ter-se mudado.
Era a vez do Don, saiu com ganas, forte como sempre, quase como querendo mostrar-se, marcando a sua posição na equipa, como se isso fosse preciso, sei a sua valia.
Tivemos vários lances, um deles a um pássaro onde antes de servir o cão, espalhei-me ao comprido, ficando cheio de lama por causa de uma manobra acrobática para não deixar a arma tocar no chão, ainda assim recompus-me e acerquei-me do Don, mas a Galinhola saiu tapada sem hipótese de tiro.

Já a manhã ia avançada quando o beeper toca novamente, acerco-me do cão numa zona suja, olho para ele e digo-lhe num daqueles comentários que tenho com ele, com a certeza de que ele me entende "com essa tromba estás com ela nos queixos!!!" ajeito-me e sai a 300km/h uma perdiz das verdadeiras, das bravas, das realmente vermelhas, erro-a ao primeiro e corrijo ao segundo, e aí está a primeira perdiz da época, bem parada, esta vale mais que mil das outras!
Esperamos que a época continue assim, repleta de momentos de pura beleza!
Esperamos que a época continue assim, repleta de momentos de pura beleza!
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
A Primeira depois de 3000 Km de ilusão.
A primeira tem sempre um gostinho especial, esta de hoje teve um sabor ainda mais especial, pois foi parada pela Iris, a minha nova cadela de Galinholas, hoje proporcionou-me uma jornada de sonho para esta altura da época, 4 pássaros e 7 levantes 1 cobrada e um trabalho fantástico da cadela.
Iris de la vallée du Pairon é o nome da minha mais recente aquisição e que será a nova companheira de Galinholas.
A Iris está comigo desde Agosto, quando a fui buscar a França, perto da Bretanha a Capital dos Setters de Galinholas, 3000 km foi aquilo que fiz para a ir buscar, uma viagem dura mas que valeu a pena, pois esta cadela tem muito para dar, as Galinholas não são para ela uma novidade, muito pelo contrário, pois tem muita experiencia nesta caça, a de hoje foi a sua primeira Galinhola em terras lusas, esperamos que seja a primeira de muitas, e que esta época seja uma época de muitas Galinholas para podermos desfrutar desta magnifica cadela.
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