O frio não era tanto como
o que se fez sentir durante toda a semana, hoje teria de inventar, pois não
tinha nenhum local que levasse já em mente para caçar, acabei por me decidir à última
hora, sem saber se veria alguma Galinhola.
Começámos por uma zona de
crença, sem sucesso, o que não era bom auguro, mas longe de mim ou da Naja
desistir, continuámos mancha após mancha, até que vi a primeira Galinhola a
sair na extrema do couto, longe de mim e ainda mais da cadela, pouco depois a
Naja dá com ela, saindo novamente sem me dar hipótese de tiro, novamente a Naja
volta a dar com ela numa zona bonita mas fechada, desta vez a sair-me tapada,
voltámos ao local onde me tinha saído a primeira vez e ela volta a fazer o
mesmo, sai sem que a cadela se aperceba ou sequer estivesse perto, a coisa não
estava fácil, a Naja volta a dar com ela novamente perto onde já a tinha
parado, um longo período de guias e mostras, a zona demasiado fechada não
ajudava, a Galinhola não queria levantar, até que levanta na borda do caminho,
tapada por uma mato alto, dou um passo ao lado e vejo a direção para que tinha
ido, depressa a Naja faz outra vez tocar o beeper, e desta vez deu-ma de
bandeja, dois tiros mal dados, mas largou muitas penas no primeiro tiro,
seguiu-se um cobro demorado e complicado, viva tinha andado muito à pata, mas a
Naja deu com ela, já não voava, esta tinha sido soada, felizmente correu pelo
melhor, são assim estas Galinholas nesta altura, a Naja a dar um verdadeiro
recital de bem caçar às Galinholas, deu com esta Galinhola vezes sem conta,
fez um trabalho irrepreensível.
Esta pandemia e as medidas de
não se poder circular entre concelhos tem-nos limitado a realização de algumas
jornadas no couto onde caçamos aos sábados e que fica num outro concelho, desta
forma temos caçado bastante menos que em outras épocas, apesar disso, temo-nos
divertido com os cães e isso é o mais importante, com um novo confinamento
geral iminente, temo que esta tenha sido a ultima Galinhola da época.