quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Uma noite difícil, uma manhã complicada.

A noite tinha sido complicada, passei-a quase em claro, ainda assim com o apoio da família, decidi ir à caça, até porque tinha combinado com outras pessoas esta jornada. 

A manhã não começava bem, era a Lei de Murphy no seu esplendor, tinha deixado a minha mala da caça na carrinha, quando pela madrugada passei tudo para a outra carrinha, dei-me conta já no couto que não tinha beeper, gps, chocalho, apito, nada, andei a caçar apenas com um beeper muito antigo e emprestado, mas o pior, era ficar na duvida se tinha deixado a carrinha com a porta aberta no estacionamento, com todo aquele material lá dentro, mas agora não havia nada a fazer, pois estava muito longe, era esperar para ver. 

Galinholas apenas uma, bem parada pela cadela, mas que me sai já larga e tapada, errando-a apenas com um tiro. algum tempo depois, e já a cerca de 400 a 500 metros a Naja volta a parar numa encosta difícil e fechada, desta vez sirvo a cadela de frente, e o pássaro sai-me bem e é abatida ao primeiro tiro, debaixo de muita adrenalina e alivio de stress, notórios no vídeo.   

Resumindo, começou mal, acabou tudo bem, com uma galinhola cobrada, e o material na carrinha, e esta com a porta fechada, para meu alivio. 

quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Entre Gamos e Javalis.

Mais uma jornada vivida intensamente, com muita emoção à mistura. 

O dia nascia com temperaturas de inverno, - 2ºC quando cheguei ao couto, mas na viagem cheguei a apanhar -4.5ºC, no entanto há medida que a manhã passava, a temperatura ia subindo, a amplitude térmica atingiu os 15ºC, o que não ajuda nada, pois saímos de luvas e bem agasalhados, e acabamos quase de T-shirt. 

Fiz com o Qapone uma zona que desconhecia, zonas muito bonitas, típicas e com características para ter Galinholas, mas nada, parecia mentira como naqueles terrenos não estava uma Galinhola.

Depois fui ver uma zona onde tinha visto a primeira Galinhola da época, mas que me saiu a mim aos pés e que decidi indulta-la, não atirando, mas já lá tinha ido por diversas vezes e nunca mais a tinha visto, mas desta vez as coisas foram diferentes, o Qapone a trabalhar bem este pássaro, e eu a acertar mal ao primeiro tiro, mas a emendar ao segundo, passados vários km percorridos em terrenos duros de serra, tínhamos a nossa primeira da manhã.

Decido verificar um feeling meu, uma zona linda, o Qapone já em fase descendente, pois já eram muitos km em terrenos de sobe e desce, e por espanto meu, nada, uma vez mais, uma zona bonita, sem um único pássaro.

Chegámos ao carro e troquei de cão, saía agora com a Naja, fui então ver de dois pássaros que se tinham escapado da ultima vez, a Naja para o primeiro, guia em terrenos fechados, duros com Javalis e Gamos pelo meio, mas neste primeiro levante, a Galinhola sai sem dar oportunidade de tiro, pouco depois mais do mesmo, a cadela guia a galinhola numa zona até chegar à borda da mancha, onde eu já as esperava, e assim foi, mas a Galinhola saiu para cima da cadela, sem me dar oportunidade de tiro, voltando para trás.

Depois demos com outra, bem parada pela Naja, saiu tapada mas conseguimos atirar, não sabia se a tinha abatido ou não, mas não! 

Voltámos a procurar, já cansados, a tarde já se instalava, as pernas pediam clemência, mas servimos uma ultima vez a Naja, este pássaro deu-nos uma oportunidade mínima, mas desta vez a coisa correu bem, e foi facilmente cobrada pela cadela, tínhamos 2 pássaros cobrados, vários levantes e muito cansaço, fizemos na serra 23km, terminámos às 15.30h, foram de seguida, 7h de caça. 

  

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Uma manhã de sonho.


Terrenos novos que não não conhecia, como eu tanto gosto, caçar sem saber das crenças, onde temos de ter todos os sentidos alerta, olhar para o terreno com outros olhos, confiar nos nossos instintos, na nossa experiência e acima de tudo nos cães. Os terrenos são muito bonitos, mas duros, difíceis, muito dobrados e tapados, o que dificulta muito o tiro e dão vantagem às Galinholas, mas cada pássaro cobrado tem um sabor especial.

Numa encosta a Naja entra em mostra, um pássaro a sair e a ser abatido, um cobro no meio do tojo, e era a primeira da manhã.

Noutra ocasião uma Galinhola parada numa maravilhosa encosta de sargaço, sombria e muito bonita, pensava eu para comigo, se não está aqui um pássaro não está em mais lado nenhum, e nesse preciso momento a cadela entra em mostra a uns 30 metros de mim, rapidamente sirvo a cadela, mas a Galinhola sai muito larga, faço um tiro e abato-a, a cadela tinha-a parado a uns bons 30 metros, um lance que demonstra o trabalho de equipa e tínhamos a segunda da manhã. 

Depois uma Galinhola parada numa zona demasiado fechada, saiu tapada onde não percebi se a tinha ou não abatido, mas não, mais à frente nova mostra, um verdadeiro penalti, e assim tínhamos a terceira da manhã, ao vir para o carro, mais uma mostra, uma árvore caída, sem folhas, a cadela de um lado, eu do outro, olho para os ramos secos e vejo a Galinhola, num movimento entre mim e a cadela, a ver o melhor local para sair, e saiu para o lado da cadela, nem sequer levantei a arma, era um indulto, pois temos mais jornadas e gostamos de nos divertir, não de estragar, fica para outro encontro. 

Resultado final, 5 levantes e o cupo com 3 cobradas. 

terça-feira, 12 de dezembro de 2023

4 dias de muita emoção.

Mais uma semana de 4 dias duros de caça, 4 dias seguidos que nos meteram à prova aos 4, a mim, e aos companheiros de 4 patas, uma média de 17 km percorridos por jornada.

Nestes 4 dias tivemos muitos lances, os 3 exemplares que me acompanham esta época, são do nosso afixo e todos tiveram Galinholas paradas, a Naja, o Qapone e a Ria, o que é muito gratificante enquanto criador.

Dos 4 dias, apenas no último, no domingo, não fizemos qualquer levante, apesar de bem tentarmos, mesmo naquelas condições duras. Ao quarto dia as pernas já se ressentiam e davam sinal, no entanto levámos a jornada até final, sempre na esperança de encontrar uma Galinhola num daqueles cabeços ou num vale entre os mesmos, mas nada, pela primeira vez esta época, viemos embora sem ver uma Galinhola, mas como sabemos, estes dias também fazem parte.

De salientar os magníficos lances da Ria e do Qapone, nas suas primeiras épocas de Galinholas, recordarei cada lance deles. A Naja na sexta-feira, parou-me 4 Galinholas, uma delas errada por mim, mas depois consegui abatê-la a uns 200 metros mais à frente, corrigindo assim o meu erro inicial, deu-me ainda uma de bandeja que aproveitei, e outras duas que não cheguei a tempo, e quando servi a cadela, elas saíram largas.

No sábado foi a demonstração de perseverança, minha e da Naja, a cadela para uma Galinhola numa zona muito fechada de serra, o pássaro sai muito tapado e erro-a com 1 tiro, a Naja para-a outra vez,  mas saiu-me em direção ao meu sogro, não atirei, corremos todos os cabeços ali à volta, e no mesmo local onde a tinha errado a primeira vez, a Naja volta a ficar em mostra, a Galinhola a encobrir-se e eu erro-a novamente com 2 tiros, levava uma vez mais a melhor, mas logo a seguir, mostrou-se e é abatida ao primeiro tiro, caindo barranco abaixo, exemplarmente cobrada pela Naja, 3 horas de volta do mesmos pássaro, vários levantes, vários lances e no final, o emprenho e a perseverança foram o segredo do sucesso, são estes lances, estas "batalhas" que nos fazem apaixonar por esta caça.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

3 dias duros!

Depois de uma semana e meia de ventos Leste que foram generosos, e uma Europa debaixo de neve e chuva, tinha a certeza que iam entrar Galinholas, era inevitável, tínhamos assim 3 dias de caça seguidos, em inicio de época não é fácil para mim e para os cães.


Sexta-feira: Uma zona que conheço bem, os lances iam-se seguindo, a Naja a parar numa zona aberta, e a saírem 2 galinholas, em que mais uma vez a maldição dos dobles foi mais forte, pois não abati nenhuma.
No entanto corrigi o meu erro depois, com um penalti proporcionado pela Naja, que continua em grande, como se a época passada não tivesse terminado.
Depois foi tempo de sair com a mais nova da equipa, a Ria, que no campo parece muito a sua mãe, a Rosi, descontraída, trabalhadora, e do nada saca um lance, e assim foi, uma mostra numas estevas, entro de frente para a cadela, ela guia um pouco, e o pássaro pouco depois a sair, e abatida ao primeiro tiro, era a sua primeira galinhola cobrada, estamo-nos ainda a conhecer, mas vamos no bom caminho, é sempre especial a primeira galinhola de um cão. 
Sábado: Uma estafa em zona de montanha, um festival de perdizes bravas paradas pelo Qapone, no entanto apesar de trabalhador, teve azar, apenas tivemos uma Galinhola que fiz o favor de a errar, não demos mais com ela, viemos a zero, cacei muito, 20km percorridos e não abati nada.
Domingo: Um dia frio e soalheiro, a Ria a sair primeiro, virámos aquele terreno que achava conhecer bem, e deixo de ouvir o guizo da Ria, acerco-me pois não estava longe e sai uma perdiz, abatida ao primeiro tiro, depois de cobrada, verifiquei ser um Perdigão, de esporão grande e a faltar 2 gramas para ter meio Kg, verdadeiramente grande, que daria um maravilhoso arroz de perdiz logo nessa noite.
Sendo a Ria uma cadela nova, decidi percorrer o mesmo terreno com a Naja, de forma a confirmar se não tinha ficado nenhuma galinhola no terreno, mas não, por um lado por pena minha, por outro muito contente, pois era sinal que a Ria tinha feito bem o seu trabalho.
Tinha de inventar ou não cobrávamos uma galinhola, e num cantinho que nunca tinha pisado, achava eu que conhecia tudo, mas nunca conhecemos tudo! Pensei eu para comigo, se não está aqui uma galinhola, não está em mais lado nenhum, e a Naja entra em mostra, o pássaro sai à minha esquerda, abatida ao primeiro tiro, feliz, muito feliz, tinha uma Rainha e uma Dama, sem farinha, sem piolho, tudo verdadeiramente bravo.
Foram assim 3 dias intensos, agora os artistas têm de recuperar, esta semana há mais e são 4 dias.