quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Uma mais!

Uma madrugada como tantas outras nestes dias outonais, fria e sem chuva. Tinha em mente o encontro com duas Damas que não consegui meter-lhes a mão, foi com essa perspectiva e expectativa que iniciei a jornada.
Estevas, estevas e mais estevas, à primeira vista o terreno é todo ele igual, para o comum dos caçadores, toda a mancha é igual e poderia estar um pássaro em qualquer lado, mas para quem conhece o comportamento desta ave, sabe que não é assim, o terreno é igual apenas à vista humana, mas para as Galinholas há sempre um canto, um alto, umas árvores que fazem a diferença, mas não, hoje não era dia de reencontros, os dois pássaros levantados dias antes não se encontravam no mesmo local, normal e já esperado, já que galinholas de entrada quando levantadas na maioria das vezes mudam-se, estou convicto que voltarão, pois as duas zonas cheiram a Galinhola, nem cão é necessário de tão bom aspecto têm os dois locais, é esperar.
Andei por todos os cantos conhecidos em busca de um pássaro, apenas perdizes vermelhas e bravas iam dando cor à minha manhã. Era hora de repensar a volta, fui então a uma zona que não tinha caçado, o eucaliptal, curiosamente locais que me dão muito prazer caçar, sempre gostei de andar às Galinholas nos eucaliptais, estevas, sargaço, urze alta e algumas abertas era o cenário que se apresentava, ainda antes de entrar no eucaliptal vejo uma galinhola levantar do pasto na borda da mancha, o Faruck pára instantes antes da galinhola sair, por pouco tempo, pois rapidamente percebeu que já não estava lá, fomos então em busca de um pássaro que pelo comportamento esquivo e por estar fora da mancha no pasto, indicava que era nova na zona e não conhecia o terreno, preferindo levantar do que ludibriar os cães no terreno. Pouco depois vejo-a novamente a levantar antes do Faruck ficar parado em vão, seguiu-se uma demanda de mais de meia hora até conseguir dar a volta a este pássaro esquivo. O Faruck incansável como sempre lá deu novamente com uma pequena emanação que, bem trabalhada começou a tomar forma, rapidamente pegou no rasto até eu perceber que aquele pássaro iria levantar, assim foi levantou a uns bons 30 metros do cão, já no limite do eucaliptal, um tiro rápido e a leve sensação de a ter abatido, mando o cão cobrar com a esperança de que iria estar na encosta que delimitava o eucaliptal, cobra Faruck, cobra, cobra, ele tentava mas o corpo ainda quente daquele pássaro não estava ali, um vazio, um forte vazio apoderava-se de mim, pois aquele maravilhoso e infindável lance merecia melhor desfecho. Decido descer a encosta e subir para o restinho de eucaliptal que estava do outro lado do vale, uns 200 metros mais à frente o cão dá um toque com a cauda, eu li o movimento e percebi que ela estava para ali, fica parado e olhando para a frente do cão vejo a galinhola morta de peito para o céu, o faruck cobra-a de imediato, quem procura sempre encontra, um lance longo terminara com um cobro também ele longo e difícil, mas no final o sabor do sucesso era intenso, a adrenalina estava em níveis elevadíssimos e eu e o Faruck notoriamente felizes por tão belo desfecho.





domingo, 27 de novembro de 2011

Veron e a sua primeira desta época.

A Primeira da época do Veron, magnificamente trabalhada, uma galinhola parada num esteval velho onde não me conseguia chegar ao cão quando o beeper tocava, por duas vezes que se ouve o beeper tocar sem que eu sequer me chegasse perto, depois um trabalho magnifico do cão que parou novamente a galinhola numa zona de arvoredo mais alto onde aí ela seguramente levantava, pois era aí que se podia encobrir, assim foi, um tiro, um cobro e um lance que fica gravado não só em video, mas também na minha memória.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

As Primeiras da época!!!

Em dia de Greve finalmente tombaram as primeiras da época, a custo pois com cães novos é complicado não haver galinholas no ar sem querermos, um pequeno mas valoroso Setter de 5 meses teve hoje os seus primeiros encontros com tão belas Damas, mas não sem bailar com elas a um ritmo que desconhece, pois não domina a pista, o que dificultou fortemente o trabalho dos cães mais velhos, que estando parados com pássaros o pequeno Setter lá ia ingenuamente meter as Galinholas no ar antes de nós caçadores nos ajeitarmos, mas este processo faz parte do ensino e crescimento de um cão de Galinholas.

A primeira que vi, saiu numa cova onde nem deu para atirar, levantada depois mais algumas vezes, foi o Faruck a para-la no cimo de uma barreira, estava no meio de uns pinheiros mansos, saiu-me "estranha", boa diga-se, errei-a e o Frederico também, foi abatida bem mais à frente com 2 tiros simultâneos de mim e do companheiro, talvez ao 6 ou 7 levante e após ter dado um salto de peixe novamente ao cachorro, quando eu pensava que tinha levantado novamente, aí estava a primeira da época.




Após a emoção do primeiro abate o cão pára-me numa ponta de estavas, beeper a tocar, ao correr para o Faruck o cachorro vai atrás de mim, coisa que não ajuda, o cão não mexeu até eu chegar mas assim que chego ao Faruck sai no rasto pois ela nitidamente ia a pés, mas foi o cachorro que a levantou o lance foi completado e o segundo abate deu-se, cobrada novamente pela Tuga.
Pouco mais à frente outra que sai tapadíssima, apenas a vi de relance, não a encontrámos mais.
Numa outra zona de bom aspecto digo ao Frederico, olha vamos matar aqui um pássaro, isto tem um aspecto brutal, e dito isto está o Faruck parado, tudo muito rápido, o pássaro sai tapado e é errada, outra que não encontrámos mais.
Para inicio de época foi uma manhã de caça fantástica com um grande Amigo!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Falta pouco!

As primeiras chuvas fizeram tombar as mais teimosas folhas da minha figueira que, agora quase a nu, dá-me o pronuncio do início de época, de uma época de Galinholas que hoje se inicia. Embora seja a partir de hoje possível abater galinholas, antes de dia 15 é pouco provável que tire do armeiro a minha velha “becadera” a justaposta que sempre me acompanha.
A lenha já ocupa o seu lugar nas traseiras, esperando aquele frio que aquece o mais apaixonado becadero, estranho dizer-se que o frio aquece, mas é esse frio intenso e cortante que todos nós caçadores de Galinholas ansiamos, é esse o frio vindo de outras paragens que trás consigo aquela ave de bico comprido que nos fomenta a imaginação nos restantes 9 meses do ano.
Tenho tudo preparado com o companheiro Pedro, desde cedo que tratámos do locais para caçar, do equipamento, e essencialmente dos cães, companheiros de jornada que nos dão a hipótese de termos aqueles lances inesquecíveis.
Nada foi deixado ao acaso, o Pedro tem uma nova cadela, uma Setter que tenho a forte convicção que lhe dará muitos pássaros, felina, rápida, lindíssima no terreno, uma aposta necessária para o elevado número de jornadas que se avizinham.
Quanto a mim, equipa que ganha não se mexe, esta frase é velha e conhecida, mas espelha a realidade, pelo que, eu continuo com o Faruck e o Veron, com a certeza de não haver pássaros no ar antes da minha chegada, de saber que, onde elas estiverem, eles encontram-nas e, de ter segurança que pássaro abatido é pássaro cobrado, certezas e seguranças estas que são a prazo, pois os cães não são eternos, infelizmente, pois alguns deveriam. Consciente disso, preparo com calma o futuro, com um novo cachorro filho do Faruck, com a dose certa de sorte, trabalho e perseverança estou certo que terei um bom cão de Galinholas, pois qualquer dos 2 cachorros demonstram muitas apetências e habilidades naturais herdadas quer do pai quer dos avós, uma linhagem de grandes campeões, é desta forma que se prepara o futuro, para que cão não falte!
Este frio que já se sente aguça-nos as memorias, remexe-nos a imaginação, remete-nos para outro estado, faz-nos pensar e repensar estratégias, ponderar com a devida antecedência as voltas, a forma como naquela mancha vamos entrar, como vamos abordar aquele terreno onde outras vezes saímos vencidos, como vamos dividir os terrenos pelos cães, tantos e tantos outros aspectos que apenas esta caça nos permite realizar.
Não sei o que esperar desta época, nem sequer quero projectar, apenas aguardar com uma falsa calma que não tenho, ou com a negação dessa expectativa, que a época chegue rapidamente, o primeiro levante, é esse o momento, é por isso que vale a pena aguardar, é por isso que preparamos afincadamente a época, os cães, e nós próprios pois bem, falta pouco, apenas peço ventos favoráveis e uma época sem acidentes, o resto, bem o resto serei eu os cães e elas a ditar o destino.

Uma boa época a todos!