Este espaço visa dar a conhecer uma verdadeira Paixão, a caça às Galinholas com Cão de Parar, como também mostrar um pouco do nosso trabalho na criação do Setter Inglês, uma maravilhosa raça inevitavelmente ligada a esta nobre e enigmática ave que a muitos de nós encanta, a Bela Dama dos Bosques, a Galinhola.
Don, a caminho dos teus 13
anos, já não fazes uma jornada completa, já não galopas com a velocidade que
galopavas, inevitavelmente tens menos oportunidades, mas ainda assim a tua
experiência e Paixão superam tudo isso e nunca me deixas ficar mal.
A última jornada foi exemplo
disso mesmo, um primeiro lance de extrema beleza, todo no chão como é típico em
ti, sabia que estavas com um pássaro naquela ladeira, a Galinhola a encastelar
a uma velocidade que mais parecia que tinha sido lançada de uma caixa
lançadora, a encastelar e bem errada ao primeiro tiro mas bem tapada com o cano ao segundo, a cair
redonda para um cobro fácil, um lance que merecia ser filmado, que pena neste
momento estar sem máquina.
A segunda Galinhola num
cabeço, bem parada, mas a sair na dobra do cabeço sem hipótese de tiro, foi
pena, mas ainda assim deste o teu melhor no campo e cada lance contigo é um
verdadeiro privilégio!
Finalmente uma jornada sem
chuva, esta é talvez a época mais molhada que tenho nos últimos 5 ou 6 anos, este
ano poucas foram as jornadas em que não chovesse.
A jornada era novamente num
local muito dobrado, cabeço acima, cabeço abaixo, 9.30h, dou um jeito nas costas,
senti uma pontada forte e uma dor grande, que iria piorar depois de arrefecer
já na viagem para casa, conduzir tantos km não foi nada agradável.
A jornada resumiu-se a 4 pássaros
atirados, de 5 ou 6 vistos em zonas muito difíceis e fechadas, algumas onde
assumo que evito lá meter a cadela, com medo dos javalis. Da minha parte já
dava a jornada como perdida, quase 1 da tarde, nenhuma abatida em 5 horas de
caça, mas de repente a Naja inventa uma Galinhola a 100 metros do carro,
ficando em mostra virada para mim, numa zona muito bonita, sirvo a cadela e não
sai nada, a Naja estava com ela no nariz, conheço-a tão bem, imóvel começa
apenas a rodar a cabeça para trás, toda torcida a indicar-me onde estava o pássaro
e de repente, pá, pá, pá, aí vai ela, abatida com um tiro fácil, de repente do
nada a Naja salva a jornada, é assim a caça, só acaba no fim, o segredo é
insistir e acreditar até ao fim, esta foi já nos descontos.
Já por várias vezes referi
aqui que gosto muito de caçar em terrenos novos, desprovido de vícios, alentado
de ilusões, movido pelos sentidos e pela paixão. É nesta altura que mais se
despertam os sentidos, que são postos á prova os nossos conhecimentos sobre
esta caça, temos de ser mais rigorosos, atentos a tudo, persistentes e acima de
tudo determinados. Ontem foi assim, terreno todo ele quase igual, de uma beleza
enorme, estranhava não ver uma Galinhola, pensava para comigo, "Terreno certo no
sitio errado!", e tentava alocar aqueles terrenos a outas zonas do país e
contabilizar quantas Galinholas ali viria, fiz o que sabia, o que pensava ser
correto, o que aprendi com outros e com a minha própria experiencia, mudar de
biótopo mesmo que pouca diferença fizesse e mesmo que fosse mesmo ali ao lado e
acima de tudo mesmo que a mim não me desse a sensação que melhoraria, isto
das Galinholas é assim, elas é que escolhem, elas é que mandam!
E foi assim que a Naja pára a
primeira Galinhola, numa zona como tantas outras que já tinha pisado, sairia larga e
errada apenas com um tiro, sendo novamente parada pela cadela, nuns
pinheirinhos, mas só a ouvi sair, nem a vi.
Passado algum tempo a Naja novamente em mostra, numa zona de muito tojo e pinheiros pequenos, a Galinhola sai limpinha,
2 tiros e fiquei incrédulo como não caiu, uns 200 metros em linha reta, a Naja
novamente em mostra, o beeper não se calava, o pássaro não saía, dou a volta
ao tojo numa zona até despida de mato, coloco-me de frente para a cadela, e
reparo que encostado ao tojo a uns 5 metros da cadela, estava a Galinhola
morta, um cobro fruto da experiencia, da qualidade da cadela e claro, com
alguma sorte à mistura.
Pena a Câmara de filmar ter
avariado, tinha feito uns bons filmes, a ver se o problema se resolve rápido, e
voltamos aos filmes.
Há vários anos que não caçava neste couto, a convite de um Amigo lá fui eu
fazer vários Km durante a noite, as espectativas eram boas, das vezes que lá
cacei tinha sempre cobrado Galinholas.
Os terrenos são magníficos, pois os olhos também comem, começámos numas
chapadas de montado com estevas, mas curiosamente a Galinhola cobrada
encontrava-se numa zona limpa, sóbria apenas com 2 matinhos que foram o
suficiente para ele se esconder e me deixar passar, enquanto isso a Naja
mantinha-se imóvel em mostra, estranhei não sair o pássaro, a cadela não
enganava, tinha uma Galinhola no nariz, mas rapidamente ouço nas minhas costas
o típico pá, pá, pá… do bater de asas, tinha passado por ela quase que a devo
ter pisado, imóvel levantou apenas quando me viu as costas, um bom tiro e mais
um magnifico lance da Naja, que continua imparável.
Os terrenos primeiro pisados são lindíssimos,
os olhos também comem, como se costuma dizer, pinheirinhos, tojo, sargaço e mato-branco
compõem um biótopo formidável, apostava que ali iria ver um pássaro, mas não, foi
em terrenos duros, demasiado fechados com demasiado tojo que a Naja foi parar
uma Galinhola, sirvo a cadela e a Galinhola sai-me desenquadrada e errei-a, mas
passados cerca de 100 metros a Naja volta a para-la mas desta vez dá-ma de
bandeja, facilmente abatida ao primeiro disparo, com um cobro descomplicado, e
foi assim que me redimi, depois de um trabalho fantástico da cadela.
Um Cão, um caçador e uma
Galinhola bem parada, haverá algo mais puro que isto? Não creio!
Esta foi uma manhã dura para
mim e para a Naja, começa a ganhar forma física, o tempo fresco e a chuva
também dão o seu contributo, se eu contabilizei 17 km percorridos, imagino
quantos fez a Naja, que faz as jornadas todas a galope e com uma grande
amplitude, mas diria eu que faz 4 ou mais vezes a distância que eu faço.
A manhã começou com o céu
nublado com abertas, mas longe de anunciar chuva, que chegou em grande força já
por volta do meio-dia.
Há mais de 10 anos que a maior
zona de crença deste couto, metia sempre muitas galinholas nas entradas, era
mágico, não falhava, passados 10 anos, o mato cresceu, o biótopo deixou de ser
chamativo, mas ainda assim, num cantinho, o único mais despido, elas ainda
sentem um chamamento quase magnético, decidi em boa hora arriscar, e lá estava
uma, no único local possível, bem trabalhada e bem parada pela cadela, que ma
entregou de bandeja, a Galinhola saiu direita ao Sol, deixando-me completamente
encadeado, outrora teria atirado às cegas, também já fui afortunado assim, mas a experiência fez-me segurar o
dedo, por momentos senti o lance como perdido, mas ela rodou, o meu swing foi
perfeito e abati-a ao primeiro tiro cobrada depois pela Naja, estava feliz,
estes lances dão-nos alento, força para continuar, para sair da casa rumo ao
incerto, movidos por uma Paixão que se alimenta de lances como este.
Recordo a noite em branco no
parto da Iris, da Naja me nascer nas mãos, de noite após noite me levantar para
ver como estavam, e como todo esse esforço e dedicação fazem agora sentido.
Entre vírus e confinamentos,
lá saímos às galinholas, sem pensar em máscaras, em álcool-gel, sem a preocupação do distanciamento social, com muito campo para andar e muito ar puro para respirar e nada melhor que o gostinho especial da primeira da
época, desta vez teve ainda um sabor mais especial, foi com um Cão novo, que
além da Galinhola, nos brindou com um verdadeiro espetáculo nas perdizes, a sua grande
especialidade, Indiscritível 3 lances magníficos com Perdizes que nos encheu as medidas.
Não sei como será a época a
partir de agora, não sei se vêm pássaros, se vêm mais restrições, se vai piorar ou
melhorar, mas uma coisa é certa, o gostinho da primeira já ninguém mo tira,
assim como a certeza de que tenho um exemplar de sonho nas mãos, e que me irá seguramente dar muitas e muitas alegrias como aconteceu hoje, obrigado Joost.
Mais que um Grande Atleta, o
Don é um Amigo, um companheiro de longas jornadas, vamos agora entrar na 10
época de Galinholas juntos, muitos lances, muitas e muitas jornadas sozinhos no campo, muitos
Km lado a lado, muitas alegrias, mas não me quero agarrar a memórias de
tudo o que passámos no campo, pelo menos para já.
Mas dar continuidade a mais
uma época de um cão com quase 13 anos, requer outra atenção e cuidados, para
isso conto com o apoio e aconselhamento da Royal
Canin, que tem ajudado e muito numa alimentação adequada do Don, mas também
do apoio especializado da Canina,
que nestes últimos anos tem sido vital, no que toca aos Suplementos Naturais que o Don tem tomado, tudo isto e uma boa
gestão que tenho feito com ele, permitem com esta idade ainda conte com ele,
como um membro activo da minha equipa.
Este ano, o Don está novamente
a tomar o Canina Velox, para reforço
do Sistema Músculo-Esquelético, melhoria
da resistência e desempenho através dos ácidos gordos ómega naturais, que contribuem
de forma muito importante para o metabolismo geral e das articulações em
particular.
Aliado ao Canina Velox, está ainda a tomar Condroprotetores, CANHYDROX GAG, Indicado para fortalecer os Tecidos Conjuntivos, Cartilagem,
Articulações, Ossos, Ligamentos e Tendões, importantíssimo para um Cão, que tem
quase 13 anos, mas a sua cabeça ainda quer galopar como se tivesse 3 anos.
Uma alimentação cuidada, os suplementos certos, indicados por quem
entende da matéria, uma gestão correta da carreira, e espero contar com ele,
mais uma época, e cada Galinhola cobrada por ele, é uma vitória para toda esta
equipa de profissionais que nos têm ajudado ao longo destes últimos anos.
Mais um dia de treino debaixo de muito calor, apesar disso foi um treino verdadeiramente proveitoso, se há dias que as coisas correram verdadeiramente bem, hoje foi um deles, com os cães mais novos a mostrarem valor, até o pequeno Qapone da Pedra Mua, parou as primeiras codornizes, nunca lhe tinha posto caça, e a coisa correu bastante bem, muita paixão, muita atitude para um cachorro de 5 meses, deixou-me verdadeiramente feliz.
Desta vez foi altura de experimentações, testar parelhas, testar o Joost
com chocalho e beeper, talvez venha a fazer algo nas Galinholas com ele,
mas como exemplar de Grade Busca, nunca tinha utilizado este tipo de
equipamentos, mas o seu carater forte ajuda muito nestas coisas, e não houve
qualquer diferença, fez tudo bem à primeira, sem nenhum tipo de dificuldade de
adaptação, fiquei surpreendido pela positiva, estou cada vez mais apaixonado
por este Cão, apesar da nossa relação ser muito recente, e ainda nos andarmos a
conhecer mutuamente, vamos no bom caminho.
Disputou-se nos passados dias 18,19 e 20 de Setembro, na Torreia, a Primeira Monográfica do CPCPB, onde uma vez mais um exemplar Pedra Mua, teve um lugar de destaque vencendo em absoluto, quer nas provas de trabalho, quer em beleza, o que vem confirmar a nossa máxima, em que a morfologia e funcionalidade, não devem nem podem andar dissociadas.
Parabéns à organização pela iniciativa, e as filicitações ao exemplar do nosso Afixo, Icone da Pedra Mua e ao seu proprietário e condutor o Sr. Ricardo Freitas pelas excelentes prestações, assim como a todos os participantes.
Resultados da I Monográfica do CPCPB
Dia 18
Solos:
1º EXC - CACT - Icone da Pedra Mua (cond e proprietário Ricardo Freitas)
MHR - Medeia du Mas du Zouave (cond e proprietário Ricardo Inácio)
Dia 19
Solos:
1ºEXC - CACT - Icone da Pedra Mua (cond e proprietário Ricardo Freitas)
2º EXC - Medeia du Mas du Zouave (cond e proprietário Ricardo Inácio)
Dia 20
Na modalidade a Solos foi atribuído a nota de CACIT ao Icone da Pedra Mua (cond e proprietário Ricardo Freitas)
Provas de Beleza.
Classe de Trabalho.
1º EXC CAC-QC BOB Icone da Pedra Mua (proprietário Ricardo Freitas)
Iniciámos o treino por volta
das 07.30h, com o terreno húmido e fresco, mas pouco depois já o calor
apertava.
Levámos vários cães e saímos com
todos várias vezes, com o Joost testámo-lo em diversos terrenos, mais fechado em terrenos típicos de Galinholas, com e sem Beeper uma novidade para ele, mas nunca se sabe como será a sua reforma, entendeu o conceito sem qualquer stress.
Andou a solos e em parelha
com a Naja em terrenos que ele conhece e entende bem, amplo com espaço para desenvolver
o seu belo galope, fazendo sempre as bordas, no geral esteve muito bem em todos os cenários, um cão que
apesar de andar muito, sabe sempre onde está o condutor, algo que me agrada
imenso num cão.
Creio que se for o caso, terá facilidade em parar Galinholas, quem sabe não será a sua próxima disciplina, quem sabe não se apaixona também por elas, não era caso isolado um cão de Grande Busca, fazer boas prestações nas Galinholas, temos vários casos disso mesmo, Gadget du Gourg D'enfer, Harper de Behigo, Icone da Pedra Mua, são 3 exemplos disso mesmo, de pura polivalência.
Saímos ainda com o Don e a
Rosi, proporcionando um lance bonito ao meu irmão, e com a Tracy e o Ernesto del
Zagnis, que apesar da baixa de forma, fizeram o que lhes competia, assim como o
pequeno Qapone da Pedra Mua, que começa a gostar de andar no campo, mesmo sem a
muleta dos mais velhos.
Foi uma manhã produtiva,
gostámos do que vimos, em especial do Joost, que superou as expectativas, é
quase como conduzir um Ferrari.
Uma viagem de rompante a França, feita por mim e pelo meu irmão, antes que voltassem a encerrar as fronteiras com Espanha devido à Pandemia de Covid-19 que cresceu nos últimos dias. Mais de 3000 km para a aquisição daquele que escolhemos para futuro reprodutor
do nosso afixo, um exemplar magnífico proveniente da competição e que era propriedade
e também apresentado em competição pelo Laurick Maudet, do Afixo Mas d'Eyraud que dispensa
apresentações.
Este é um marco importante para o noso projecto e para a Cinófilia Nacional, um dos Cães de Top Mundial está agora em Portugal, como diz
o Laurick Maudet, este é o protótipo do Setter Inglês, em estilo e Paixão, um
magnífico exemplar, e um grande reprodutor com provas dadas, um pedigree
fenomenal, é neste momento um dos 3 Setter com mais pontos de Pedigree.
Uma carreira feita ao mais alto nível nos mais importantes palcos
da Europa, disputando cada resultado lado a lado com a elite mundial da Grande Busca, representando em 2018 a selecção Francesa de Grande Busca no
Campeonato da Europa.
Contamos com esta aquisição, para manter os padrões de qualidade dos
nossos cachorros Pedra Mua.
Obrigado Laurick pela confiança, pois não foi fácil separares-te
do teu menino.
Sábado, um dia quente, uma manhã de muito calor, começámos bem cedo, mas no final da manhã estavam 36ºC e nem uma brisa corria, mas apesar das adversidades os cães estiveram bem, sabemos que não são as condições ideais para treinar, mas fazê-mo-lo em consciência, treinos curtos, e muita hidratação para os cães, os mais velhos saem primeiro quando está mais fresco, se é que esta palavra se pode utilizar num dia come este :) ficam algumas imagens do dia.