segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Boas Novas.

Passado pouco menos de 1 ano da informação que dei ao Instituto de Conservação da Natureza através da Central de Anilhagem sobre o abate de uma Galinhola anilhada chegou agora por carta a informação disponível sobre esta ave.
Esta ave foi anilha pelo Sr. François GOSSMANN (Administrateur National du Réseau Bécasse ONCFS/FNC/FDC) na Estação de Anilhagem de Paris.


Informação enviada.

Idade: 2 anos
Sexo: Desconhecido
Nº Anilha: GY84415
Peso na anilhagem: 350 g c/anilha
Data de anilhagem: 30-03-2008
Coordenadas da anilhagem: 4526 N 0414 E
Anilhador: François GOSSMANN
País de anilhagem: França
Local de anilhagem: Chambles, Loire.
Distancia: 1857 km
Direcção: 215 graus
Tempo decorrido: 268 dias
Data da recaptura: 23-12-2008
Local da recaptura: Setúbal
Circunstâncias: Morta a tiro

Portanto verificamos que a cedência de informação sobre capturas de aves anilhdas às entidades competentes e descritas num outro artigo deste Blog é algo simples e sem tabus e é sem dúvida uma mais-valia que contribui para os estudos que vêm sendo elaborados a nível internacional. Pelo que vale a pena colaborar-mos nestes estudos, ser caçador também é isto!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Os primeiros pássaros.


Com as primeiras chuvas e as primeiras folhas secas da minha figueira no chão vêm os telefonemas com relatos dos primeiros avistamentos em território nacional do tão esperado ser de bico longo, dia a dia todos nós sabemos de mais um pássaro levantado aqui ou ali por um podengo numa caçada aos coelhos.
Acercam-se também de nós pensamentos mais enérgicos sobre como será a época que se avizinha, será uma época forte, virão em força, estarão onde as esperamos levantar? Estas e tantas outras questões vão-se pondo nas nossas mentes ou em conversas com companheiros de caça, saudáveis lembranças nos acercam, todos os nossos pontos quentes ficam rapidamente disponíveis na nossa mente como se um GPS se trata-se, sabemos já com a devida antecedência onde queremos ir, onde primeiro devemos procurar, dia a dia olhamos para a meteorologia, sabemos mais do tempo que vai na Rússia que os próprios serviços secretos do Kremlin, não há site que nos falhe, esperamos como uma velha vidente a olhar para os búzios e de uma forma mais ou menos infantil antever o seu percurso, olhamos para os ventos como bons ou maus presságios tal qual as linhas da vida na palma da mão lidas por uma cigana. Mas não, talvez não seja assim tão infantil, talvez seja a forma como cada um de nós lida com a ansiedade de 9 meses de espera, não cheguei ainda ao ponto de riscar dias num calendário, pois acho que a espera seria ainda mais dolorosa, luto contra o tempos com um filme aqui outro ali, uma perdiz e uma lebre morta aos cães mais novos para lhe dar alento e o olhar triste e conformado dos mais velhos ao ficarem em casa sabendo que os mais novos andam a divertir-se com as orelhudas e perdizes, mas os mais velhos não estão esquecidos, apenas com receio de se aleijarem ficam qual craque da bola, no banco, esperando para entrarem nos grandes palcos e nos grandes jogos, aqueles onde eles fazem a diferença.
A espera é sem dúvida longa e angustiante, mas estes momentos próximos são também eles mágicos, este nervoso miudinho, o passa a palavra dos primeiros avistamentos, os telefonemas, o acompanhar das migrações e a noite da véspera da primeira jornada são momentos de difícil explicação, apenas posso dizer que são momentos únicos que poucos entendem e ainda menos os vivem.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Galinholas na TV

O canal Caça e Pesca exclusivo da ZON TV Cabo apresenta no dia 13 de Outubro repetindo depois outras vezes em dias e horas distintos, um programa sobre a caça às Galinholas em Portugal.
Este filme foi integralmente filmado em Portugal e com realização portuguesa.
Este filme mostra belas imagens e lances de grande beleza em terrenos típicos de Galinholas onde os cães são os maiores protagonistas.

"Esta emblemática espécie cria paixões entre os caçadores portugueses. Pela mão de um campeão do mundo de Santo Huberto (Jorge Piçarra) e de outros caçadores, vamos conhecer a caça a esta ave migratória na zona da costa vicentina.Às 18:00 dia 13/10 no canal CAÇA E PESCA

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A Historia de uma Promessa chamada Dollar.

Desde há muito que tinha a intenção de fazer uma ninhada, mas só com a aquisição da UVA é que da intenção passei à prática, não a fiz pelo dinheiro, não a fiz por necessidade de ter mais um cão, pois não o queria, fi-la por gosto, ou talvez mais por convicção, a forte convicção de que tinha tudo para criar uma ninhada de cães de boas linhas, boas origens e acima de tudo equilibrados e muito caçadores.
Com 3 machos distintos que poderia ter escolhido, a escolha recaiu pelo que me transmite mais, pelo meu companheiro de sonhos, o Faruck.
Feita a monta era hora de esperar, os típicos 2 meses passaram com normalidade, chegada a hora vieram as questões e as expectativas de quem faz uma primeira ninhada, serão como os imagino, darão o que pretendo, serão tão bons como os pais!?!?
Só o tempo revelaria isso, mas a impaciência levava-me a fazer ao mês e meio o teste da pena, e a ter a maioria da ninhada de 8 machos e 2 fêmeas a parar à pena, mas já desde essa altura havia um diferente, aquele que a natureza me colocou em primeiro lugar nas mãos, e que se mostrava mais astuto, mais serio, mais maduro, mais ligado, e que tinha uma beleza de movimentos que me fazia olhar para ele com outros olhos, era talvez ou pelo menos no momento a escolha perfeita se fosse ficar com um deles para mim, além de tudo era o mais belo da ninhada, a natureza tinha olhado para ele com carinho!
Os dias passavam e o “Dollar” nome de registo, teimava em ser diferente, em ser melhor se isso é possível num cachorro de 8 semanas, mas era! Tinha um andar altivo, era o único que me ladrava quando me via, eu senti nele o mesmo que senti no pai em cachorro, tinha alma, transmitia personalidade, era ligado e meigo. As dúvidas ecoavam na minha cabeça, o que faria eu com aquele cachorro, fico com ele pensava uma vez, não posso, dizia-me a minha consciência. Tinha demasiada fé e ligação com aquele cachorro para o vender a um perfeito desconhecido para fazer dele quem sabe uma jóia, ou o mais certo mais um cãozinho medíocre de Parar, não podia deixar que isso acontecesse, a este não, este era especial, tinha ligação e isso não é fácil.
Toda a ninhada desenvolvia aptidões muito grandes, todos a Parar e nas brincadeiras necessárias do cobro todos eles melhor ou pior cobravam peças de caça congeladas.
Decidi então oferecer este cachorro a um Amigo, que tenho grande estima, e que me dava as garantias de fazer dele aquilo que eu faria se ficasse com ele. Pois bem, foi treinado por um outro Amigo, que conhecia bem a ninhada e os progenitores, o Piçarra, que deu ao cachorro todas as bases e o ajudou a desenvolver as suas capacidades.
Agora já nas mãos do dono e na sua primeira época de caça, em caça Brava confirmou as minhas expectativas, é um cão valoroso, de muito nariz e muito caçador, trabalhador como o Pai e com outros atributos vindos do Pai, que tem dado ao seu dono momentos únicos de maestria e beleza dignos de um cão já feito e mais velho, mas algo nele desde muito novo lhe ditava um futuro promissor, venham agora as Galinholas, pois filho de dois becaderos de excelência seguramente dará conta do recado da mesma maneira que os seus progenitores. Agora com nome de Família de “Goia” o qual não poderia ser melhor escolhido, pois transpira arte como o artista que lhe da agora nome!
Fico acima de tudo feliz pelo percurso deste cachorro e de alguns que sei quem são os donos e me vão dando noticias, como uma irmã dele a “Dânia” que com apenas 7 meses parou 2 galinholas numa manhã de caça, onde o dono eufórico me liga a contar a quente a novidade, que a mim sinceramente não me surpreende.