Este espaço visa dar a conhecer uma verdadeira Paixão, a caça às Galinholas com Cão de Parar. Como também mostrar um pouco do nosso trabalho na criação de Pointer e Setter Inglês, duas maravilhosas raças inevitavelmente ligadas a esta nobre e enigmática ave que a muitos de nós encanta, a Bela Dama dos Bosques.
Hoje dedicámos a manhã a
treinar a equipa, tínhamos vários cães para mexer, Don VV, Poker da Pedra Mua,
Tracy del Zagnis, Qapone da Pedra Mua, Joost do Rio Paraná e a Naja da Pedra
Mua, eram vários cães para sair, pelo que decidi sair com alguns em parelha e a
estrela da companhia, a Naja, acabou mesmo por ficar no banco.
Foi uma manhã engraçada e bem
aproveitada, qualquer tempinho para os mais novos saírem para o campo, é de
extrema importância e reflete-se no futuro.
O Don proporcionou-nos um
lance muito bonito com uma Galinhola, muito bem parada e que nos deixou fazer
um belo filme.
O frio não era tanto como
o que se fez sentir durante toda a semana, hoje teria de inventar, pois não
tinha nenhum local que levasse já em mente para caçar, acabei por me decidir à última
hora, sem saber se veria alguma Galinhola.
Começámos por uma zona de
crença, sem sucesso, o que não era bom auguro, mas longe de mim ou da Naja
desistir, continuámos mancha após mancha, até que vi a primeira Galinhola a
sair na extrema do couto, longe de mim e ainda mais da cadela, pouco depois a
Naja dá com ela, saindo novamente sem me dar hipótese de tiro, novamente a Naja
volta a dar com ela numa zona bonita mas fechada, desta vez a sair-me tapada,
voltámos ao local onde me tinha saído a primeira vez e ela volta a fazer o
mesmo, sai sem que a cadela se aperceba ou sequer estivesse perto, a coisa não
estava fácil, a Naja volta a dar com ela novamente perto onde já a tinha
parado, um longo período de guias e mostras, a zona demasiado fechada não
ajudava, a Galinhola não queria levantar, até que levanta na borda do caminho,
tapada por uma mato alto, dou um passo ao lado e vejo a direção para que tinha
ido, depressa a Naja faz outra vez tocar o beeper, e desta vez deu-ma de
bandeja, dois tiros mal dados, mas largou muitas penas no primeiro tiro,
seguiu-se um cobro demorado e complicado, viva tinha andado muito à pata, mas a
Naja deu com ela, já não voava, esta tinha sido soada, felizmente correu pelo
melhor, são assim estas Galinholas nesta altura, a Naja a dar um verdadeiro
recital de bem caçar às Galinholas, deu com esta Galinhola vezes sem conta,
fez um trabalho irrepreensível.
Esta pandemia e as medidas de
não se poder circular entre concelhos tem-nos limitado a realização de algumas
jornadas no couto onde caçamos aos sábados e que fica num outro concelho, desta
forma temos caçado bastante menos que em outras épocas, apesar disso, temo-nos
divertido com os cães e isso é o mais importante, com um novo confinamento
geral iminente, temo que esta tenha sido a ultima Galinhola da época.
Don, a caminho dos teus 13
anos, já não fazes uma jornada completa, já não galopas com a velocidade que
galopavas, inevitavelmente tens menos oportunidades, mas ainda assim a tua
experiência e Paixão superam tudo isso e nunca me deixas ficar mal.
A última jornada foi exemplo
disso mesmo, um primeiro lance de extrema beleza, todo no chão como é típico em
ti, sabia que estavas com um pássaro naquela ladeira, a Galinhola a encastelar
a uma velocidade que mais parecia que tinha sido lançada de uma caixa
lançadora, a encastelar e bem errada ao primeiro tiro mas bem tapada com o cano ao segundo, a cair
redonda para um cobro fácil, um lance que merecia ser filmado, que pena neste
momento estar sem máquina.
A segunda Galinhola num
cabeço, bem parada, mas a sair na dobra do cabeço sem hipótese de tiro, foi
pena, mas ainda assim deste o teu melhor no campo e cada lance contigo é um
verdadeiro privilégio!
Finalmente uma jornada sem
chuva, esta é talvez a época mais molhada que tenho nos últimos 5 ou 6 anos, este
ano poucas foram as jornadas em que não chovesse.
A jornada era novamente num
local muito dobrado, cabeço acima, cabeço abaixo, 9.30h, dou um jeito nas costas,
senti uma pontada forte e uma dor grande, que iria piorar depois de arrefecer
já na viagem para casa, conduzir tantos km não foi nada agradável.
A jornada resumiu-se a 4 pássaros
atirados, de 5 ou 6 vistos em zonas muito difíceis e fechadas, algumas onde
assumo que evito lá meter a cadela, com medo dos javalis. Da minha parte já
dava a jornada como perdida, quase 1 da tarde, nenhuma abatida em 5 horas de
caça, mas de repente a Naja inventa uma Galinhola a 100 metros do carro,
ficando em mostra virada para mim, numa zona muito bonita, sirvo a cadela e não
sai nada, a Naja estava com ela no nariz, conheço-a tão bem, imóvel começa
apenas a rodar a cabeça para trás, toda torcida a indicar-me onde estava o pássaro
e de repente, pá, pá, pá, aí vai ela, abatida com um tiro fácil, de repente do
nada a Naja salva a jornada, é assim a caça, só acaba no fim, o segredo é
insistir e acreditar até ao fim, esta foi já nos descontos.
Já por várias vezes referi
aqui que gosto muito de caçar em terrenos novos, desprovido de vícios, alentado
de ilusões, movido pelos sentidos e pela paixão. É nesta altura que mais se
despertam os sentidos, que são postos á prova os nossos conhecimentos sobre
esta caça, temos de ser mais rigorosos, atentos a tudo, persistentes e acima de
tudo determinados. Ontem foi assim, terreno todo ele quase igual, de uma beleza
enorme, estranhava não ver uma Galinhola, pensava para comigo, "Terreno certo no
sitio errado!", e tentava alocar aqueles terrenos a outas zonas do país e
contabilizar quantas Galinholas ali viria, fiz o que sabia, o que pensava ser
correto, o que aprendi com outros e com a minha própria experiencia, mudar de
biótopo mesmo que pouca diferença fizesse e mesmo que fosse mesmo ali ao lado e
acima de tudo mesmo que a mim não me desse a sensação que melhoraria, isto
das Galinholas é assim, elas é que escolhem, elas é que mandam!
E foi assim que a Naja pára a
primeira Galinhola, numa zona como tantas outras que já tinha pisado, sairia larga e
errada apenas com um tiro, sendo novamente parada pela cadela, nuns
pinheirinhos, mas só a ouvi sair, nem a vi.
Passado algum tempo a Naja novamente em mostra, numa zona de muito tojo e pinheiros pequenos, a Galinhola sai limpinha,
2 tiros e fiquei incrédulo como não caiu, uns 200 metros em linha reta, a Naja
novamente em mostra, o beeper não se calava, o pássaro não saía, dou a volta
ao tojo numa zona até despida de mato, coloco-me de frente para a cadela, e
reparo que encostado ao tojo a uns 5 metros da cadela, estava a Galinhola
morta, um cobro fruto da experiencia, da qualidade da cadela e claro, com
alguma sorte à mistura.
Pena a Câmara de filmar ter
avariado, tinha feito uns bons filmes, a ver se o problema se resolve rápido, e
voltamos aos filmes.
Há vários anos que não caçava neste couto, a convite de um Amigo lá fui eu
fazer vários Km durante a noite, as espectativas eram boas, das vezes que lá
cacei tinha sempre cobrado Galinholas.
Os terrenos são magníficos, pois os olhos também comem, começámos numas
chapadas de montado com estevas, mas curiosamente a Galinhola cobrada
encontrava-se numa zona limpa, sóbria apenas com 2 matinhos que foram o
suficiente para ele se esconder e me deixar passar, enquanto isso a Naja
mantinha-se imóvel em mostra, estranhei não sair o pássaro, a cadela não
enganava, tinha uma Galinhola no nariz, mas rapidamente ouço nas minhas costas
o típico pá, pá, pá… do bater de asas, tinha passado por ela quase que a devo
ter pisado, imóvel levantou apenas quando me viu as costas, um bom tiro e mais
um magnifico lance da Naja, que continua imparável.
Os terrenos primeiro pisados são lindíssimos,
os olhos também comem, como se costuma dizer, pinheirinhos, tojo, sargaço e mato-branco
compõem um biótopo formidável, apostava que ali iria ver um pássaro, mas não, foi
em terrenos duros, demasiado fechados com demasiado tojo que a Naja foi parar
uma Galinhola, sirvo a cadela e a Galinhola sai-me desenquadrada e errei-a, mas
passados cerca de 100 metros a Naja volta a para-la mas desta vez dá-ma de
bandeja, facilmente abatida ao primeiro disparo, com um cobro descomplicado, e
foi assim que me redimi, depois de um trabalho fantástico da cadela.
Um Cão, um caçador e uma
Galinhola bem parada, haverá algo mais puro que isto? Não creio!
Esta foi uma manhã dura para
mim e para a Naja, começa a ganhar forma física, o tempo fresco e a chuva
também dão o seu contributo, se eu contabilizei 17 km percorridos, imagino
quantos fez a Naja, que faz as jornadas todas a galope e com uma grande
amplitude, mas diria eu que faz 4 ou mais vezes a distância que eu faço.
A manhã começou com o céu
nublado com abertas, mas longe de anunciar chuva, que chegou em grande força já
por volta do meio-dia.
Há mais de 10 anos que a maior
zona de crença deste couto, metia sempre muitas galinholas nas entradas, era
mágico, não falhava, passados 10 anos, o mato cresceu, o biótopo deixou de ser
chamativo, mas ainda assim, num cantinho, o único mais despido, elas ainda
sentem um chamamento quase magnético, decidi em boa hora arriscar, e lá estava
uma, no único local possível, bem trabalhada e bem parada pela cadela, que ma
entregou de bandeja, a Galinhola saiu direita ao Sol, deixando-me completamente
encadeado, outrora teria atirado às cegas, também já fui afortunado assim, mas a experiência fez-me segurar o
dedo, por momentos senti o lance como perdido, mas ela rodou, o meu swing foi
perfeito e abati-a ao primeiro tiro cobrada depois pela Naja, estava feliz,
estes lances dão-nos alento, força para continuar, para sair da casa rumo ao
incerto, movidos por uma Paixão que se alimenta de lances como este.
Recordo a noite em branco no
parto da Iris, da Naja me nascer nas mãos, de noite após noite me levantar para
ver como estavam, e como todo esse esforço e dedicação fazem agora sentido.
Entre vírus e confinamentos,
lá saímos às galinholas, sem pensar em máscaras, em álcool-gel, sem a preocupação do distanciamento social, com muito campo para andar e muito ar puro para respirar e nada melhor que o gostinho especial da primeira da
época, desta vez teve ainda um sabor mais especial, foi com um Cão novo, que
além da Galinhola, nos brindou com um verdadeiro espetáculo nas perdizes, a sua grande
especialidade, Indiscritível 3 lances magníficos com Perdizes que nos encheu as medidas.
Não sei como será a época a
partir de agora, não sei se vêm pássaros, se vêm mais restrições, se vai piorar ou
melhorar, mas uma coisa é certa, o gostinho da primeira já ninguém mo tira,
assim como a certeza de que tenho um exemplar de sonho nas mãos, e que me irá seguramente dar muitas e muitas alegrias como aconteceu hoje, obrigado Joost.
Mais que um Grande Atleta, o
Don é um Amigo, um companheiro de longas jornadas, vamos agora entrar na 10
época de Galinholas juntos, muitos lances, muitas e muitas jornadas sozinhos no campo, muitos
Km lado a lado, muitas alegrias, mas não me quero agarrar a memórias de
tudo o que passámos no campo, pelo menos para já.
Mas dar continuidade a mais
uma época de um cão com quase 13 anos, requer outra atenção e cuidados, para
isso conto com o apoio e aconselhamento da Royal
Canin, que tem ajudado e muito numa alimentação adequada do Don, mas também
do apoio especializado da Canina,
que nestes últimos anos tem sido vital, no que toca aos Suplementos Naturais que o Don tem tomado, tudo isto e uma boa
gestão que tenho feito com ele, permitem com esta idade ainda conte com ele,
como um membro activo da minha equipa.
Este ano, o Don está novamente
a tomar o Canina Velox, para reforço
do Sistema Músculo-Esquelético, melhoria
da resistência e desempenho através dos ácidos gordos ómega naturais, que contribuem
de forma muito importante para o metabolismo geral e das articulações em
particular.
Aliado ao Canina Velox, está ainda a tomar Condroprotetores, CANHYDROX GAG, Indicado para fortalecer os Tecidos Conjuntivos, Cartilagem,
Articulações, Ossos, Ligamentos e Tendões, importantíssimo para um Cão, que tem
quase 13 anos, mas a sua cabeça ainda quer galopar como se tivesse 3 anos.
Uma alimentação cuidada, os suplementos certos, indicados por quem
entende da matéria, uma gestão correta da carreira, e espero contar com ele,
mais uma época, e cada Galinhola cobrada por ele, é uma vitória para toda esta
equipa de profissionais que nos têm ajudado ao longo destes últimos anos.