A pé desde muito cedo, demasiado cedo para as horas que combinara com o Pedro, fruto de uma noite mal dormida devido há emoção de ir pela primeira vez experimentar o Dom, sentia aquilo que há muito não sentia, aquela sensação que tinha em criança, quando me deitava na noite de Natal com um brinquedo novo sem tempo de brincar com ele, deitando-me com aquela imensa e incontrolável vontade que a noite passe-se rápido para, logo pela manhã poder desfrutar do meu novo entretém mas, essas noites são dramaticamente longas e agitadas, pois foi assim que me senti.
A partir daqui foi um festival de perdizes paradas, da vermelhas, daquele vermelho bravo, com bicos e patas cor de lacre, aqui e ali ouvia-mos os machos cantarem, o canto nupcial ecoava por todo o couto interrompido apenas pelo canto dos beepers, foram momentos mágicos, perdizes bravas paradas na montanha, acasaladas davam muita paragem, os cães chegaram a estar parados em simultâneo, momentos inesquecíveis e de rara beleza. Aos poucos ia conhecendo o cão, sentia que era fácil de caçar com ele, pois era muitíssimo expressivo na presença da caça, facilmente se percebia quando a caça ia a pés ou estava bloqueada, pois quando se deita a caça está mesmo ali, as guias lindíssimas, sempre de peito no chão, a expressão do expoente máximo da beleza da raça, sentia em mim a vontade de caçar com ele, a vontade de o ver parado com uma Dama, vê-la sair, vê-lo cobrar, senti que terei com ele momentos de grande beleza e enorme desfrute, pois a caça não são apenas abates, é acima de tudo beleza, e nada se iguala à beleza que um Britânico tem ao bailar com a sua Dama.
Espero agora com muita ansiedade a próxima época com a certeza de, se o Dom se ligar a mim a caçar, assim como fez o Veron, seguramente este será um cão de Galinholas do mais bonito, expressivo e efectivo que pode haver, perdizes e faisões para o afinar a meu gosto durante o defeso para que, no próximo Novembro possa estar ao meu gosto.