quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

A Fechar 2014.

Esta seria a ultima jornada de 2014, um ano que se apresentou fraco de Galinholas no que respeita à época de 2014/15, mas isso já é do conhecimento geral. Hoje tinha a oportunidade de fechar a época numa zona onde tinha caçado na passada semana, pois bem, parei o carro no mesmo local, desta vez sem pisar terrenos desmatados, fui ver as zonas com mais mato, um terreno de montado e pinheiros, salpicado de manchas de sargaço curtinho e zonas duras de tojo e pinheiros novos, terrenos de muito bom aspecto que o Don sabia como percorrer. Batemos aquelas zonas todas, de trás para a frente e nada, as coisas estavam feias, as zonas mais apetecíveis não tinham nada, apenas uma mostra do Don a 3 perdizes alegrava a jornada, ao cair do pano, já com o carro à vista o Don atira-se para o chão em mostra, o beeper toca, guia, pára volta a guiar, até que a Galinhola sai muito perto de mim, abatida com calma, pouco comum em mim! O Don salvou a jornada com um pássaro sacado a ferros, quase encostado ao carro e mesmo a terminar, um cão concentrado faz estas coisas, seja no inicio, meio ou fim, se elas se apresentam, é para parar. Venham mais em 2015!

Desta forma encerramos 2014, desejando a todos um excelente 2015, com tudo de bom para os Amigos Becaderos e seguidores deste Blog.

Pena a maquina de filmar ser outra e a definição não ser a melhor.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Leve quem levar.

O Don e a Elma tinham saído no dia anterior, tinham inclusive feito uma jornada magnifica, desta vez levava a Shiva para procurar uns pássaros esquivos que sabia onde estavam, felizmente neste momento tenho total confiança em todos os meus cães e leve quem levar, o resultado é o mesmo.
Logo a abrir um pássaro dificílimo, perto de onde deixo normalmente o carro, um pássaro que já foi parado pela Elma, pela Shiva e pelo Don, mas que levanta sempre antes de me deixar chegar, pois bem, desta vez não foi diferente, a Shiva fica em mostra, o beeper toca e antes de me chegar à cadela ela levanta, mais do mesmo, a estratégia tem de ser outra, a minha cabeça já maquina a estratégia a seguir para contornar a questão.
A passos largos lá fui ver das que sabia onde estavam, a Shiva fica cravada com uma numa encosta de pinhos novos plantados em chão escuro e sem pasto, um local muito apetecível para elas, sirvo a cadela que ao me sentir desliza uns metros e fica novamente em mostra, a Galinhola sai algum tempo depois, rente ao Chão, tive de atirar de joelho em terra de forma a ver o pássaro, 2 tiros, não mando a cadela cobrar pois achei que não lhe tinha tocado mas, uns 200 ou 300 metros à frente a cadela pára e a Galinholas dá um salto para levantar mas, com uma asa partida não fazia mais que tentar levantar vezes sem conta, mandei a cadela cobrar e aí estava a primeira.
Não muito longe do local a Shiva novamente em mostra, corro e a Galinhola ao 3 toque do beeper, já me sai pelas costas do outro lado do caminho, a uns 30 metros da cadela, um tiro atabalhoado, o possível e aí vai ela cheia de saúde!
Depois imbuído nos meus pensamentos enquanto passava ao lado de uma franja pequena de eucaliptos que não tem mais de 40 mt por 15 mt, pensava para comigo, "todos os anos aqui mete 1 ou 2 pássaros e este ano miserável nem uma" nesse instante a Shiva faz o beeper tocar, corro e entro por trás da cadela, antes de me encostar à cadela e de me posicionar, a Galinholas sai sem conseguir atirar, ui que nervos, não vi sequer para onde ela tinha ido e dava por terminada a jornada, feita de muitos km percorridos e muitas emoções proporcionadas por uma cadela muito especial!


sábado, 27 de dezembro de 2014

Belos momentos!

Mais uma bela jornada na companhia do Amigo Ricardo Freitas, que se fez à estrada assim que o desencaminhei, de madrugada fez 400 Km, para vir ter comigo para mais uma jornada de Galinholas num couto que nenhum dos dois conhecia. 
Não sabia bem qual era a minha expectativa para esta jornada, ou se calhar até sabia, embora nem quisesse pensar nisso, pois a época está tão fraca que não me queria iludir. Combinamos o encontro às 7.30h e fizemos a restante meia hora até ao couto para estarmos como combinado com o gestor às 8.00h. Devo confessar que a primeira hora andei perdido e a fazer contas à vida, pois o terrenos de Galinholas tinha pouco, terreno gradado, sem ponta de mato, sem ponta de jeito! Lá me orientei e dei com um local bonito de sargaço numa zona sombria que convidava qualquer Galinhola que ali passasse. O Beeper toca pela primeira vez, acerco-me do Don que deitado tinha o pássaro completamente controlado, ajeito-me ao lado do cão, sabendo perfeitamente onde ela ia sair, dou um toque subtil no cão, um pequeno encosto de calcanhar, o Don recusa-se a andar, certificava-me que o pássaro estava mesmo ali, até que sai limpa para um cobro fácil!
Cheguei ao carro a meio da manhã e troquei de cão, saindo agora com a Elma. Ao longe vejo um bonito aglomerado de pinheirinhos novos, até a mim me cheirava, esperei pela cadela que de pronto se manda para o chão em mostra, o beeper toca, uma pequena guia e toca novamente, entro dentro da mancha de pinheiros, erradamente, pois deveria ter servido a cadela por fora da mancha, pois a Galinhola sai sem me dar hipótese de tiro, a Elma como sempre respeita o levante e fica no chão, eu nem conseguir ver a direcção do pássaro, fica para a próxima, ficando o magnifico desempenho da Elma a controlar bem a Galinhola.
Ainda deu para dois bonitos lances do Don e da Elma com Lebres, mas estas não estavam no cardápio e lá ficaram, temos de respeitar o combinado!




sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Elma abre o livro!

Segunda jornada consecutiva que ao chegar ao couto, desta vez um outro que sou brindado por uma Galinhola à passagem, 7:08h precisamente foi a hora que ela passou alta por cima do carro, com aquele voar inconfundível lá ia à sua vida. 
Cheguei cedo ao couto como sempre, levei comigo as cadelas deixando o Don em casa, saí primeiro com a Elma que, sendo a mais nova e com a escasses de pássaros tenho erradamente apostado mais naqueles que conheço e caço à mais anos, o típico problema de quem tem cães muito experientes e que depois se depara com mais uma nova aquisição, quem me dera ter desfrutado desta cadela na passada época onde a densidade de Galinholas era assombrosa, teria seguramente sido diferente!
Bati todos os cantinhos conhecidos e nada, elas este ano quando são abatidas nunca ou raramente à reposições, era o que estava a acontecer, até que, se levanta longe a uns 40 ou 50 metros de mim uma Galinholas, que silenciosa e rasante ao sargaço se tenta afastar de mim e da cadela que nem sequer a viu. Chamo a cadela e iniciamos a busca, pouco depois a Elma entra em mostra, numas estevas mais altas, num cantinho de bom aspecto, com pinheiros novos e um ou outro medronheiro que compunha a cena, a cadela guia, pára, guia, para e julguei que já não fosse nada, até que o pássaro sai completamente encoberta. Mea Culpa, os pássaros este ano estão assim, andarilhos, esquivos e complicados há que acreditar nos cães pois o nariz é deles! Vamos então calmamente à rebusca, numa zona menos típica a cadela perto de mim quebra o seu lindíssimo galope e atira-se para o chão, dou 3 passos acelerados e ao primeiro toque o beeper a Galinhola levanta, apanhando-me ainda sem posição e em movimento, faço um tiro de chofre e ela cai, fiquei feliz pelo lance da cadela, fiquei feliz por ter-lhe dado aquele pássaro, pois tinha merecido, fiquei feliz pela confirmação da sua qualidade becadera, e fiquei ainda mais feliz por saber que posso contar com ela da mesma forma que posso contar com o Don e a Shiva, pois não é uma suplente de luxo mais sim uma cadela de luxo, esta é a prova que beleza, estilo e ensino podem estar associadas a uma cadela de caça, pois a Elma parou, e respeitou e levante e o tiro, lindíssimo é o mínimo que se pode dizer!
11 horas era momento de trocar de cão, saio então com a Shiva, a expectativa confesso não era muita, já tinha pisado o terreno, faltava apenas um cantinho pequeno, pois é aí que a cadela numa regueira com um palmo de agua, fica em mostra, de pé, pouco típica dela, com tanta agua nem servi a cadela, nem sequer me fiz ao lance, pois não é que para meu espanto salta uma Galinhola completamente a descoberto que devia estar ali num cantinho mais seco, sem atirar, xingo-me a mim próprio, ainda a vi levantar-se larguíssima, voando para bem longe e já alta, como quem se vai afastar do perigo.
Foi mais uma jornada típica desta época, poucas Galinholas, poucos lances, difíceis mas intensos, onde os cães têm sido uma ajuda fenomenal sem eles seria impossível ir compondo quase uma a uma esta época tão atípica.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Shiva num verdadeiro momento de Galinholas!


A manhã começava cedo, já no couto, 7,15 na hora do lusco-fusco, vimos uma Galinhola que nos dava as boas-vindas, passou os eucaliptos e voou à nossa frente uns 30 ou 40 metros a não mais 5 metros de altura, linda, mostrou-se toda, bico, penas tudo, uma imagem lindíssima!
Esta época tem-se revelado escassa em Galinholas, pelo que, as poucas que se apresentam têm um sabor especial! É uma época atípica, os pássaros cobrados até agora são todos pássaros velhos, ainda não cobrei uma galinhola nova, o que só por si dificulta as coisas mas, os lances são sempre mais intensos, Galinholas a andar muito, cientes do perigo que representam cães e caçadores, a aguentarem pouco e a saírem anormalmente largas, com comportamentos muito "aperdizados". Esta é uma época para grandes momentos, é uma época de afirmação para cães de qualidade, são em épocas destas que dou mais valor aos meus cães.
Hoje a Shiva mostrou mais uma vez a sua polivalência, parando por duas vezes as vermelhas, uma lebre e, fez ainda um trabalho magnifico nas suas amadas Galinholas.
De inicio tentei encontrar uma Galinhola que se levantara à Shiva na passada semana e que já tinha numa destas quintas-feiras sido parada pela Elma, em nenhuma das ocasiões foi atirada e, ainda assim não estava no cantinho dela desta vez! Batendo o terreno crença a crença, fui perdendo a ilusão, nunca o ânimo, pelo que decido ir ver um canto que este ano ainda não tinha pisado, bendito feeling, a Shiva entra em mostra numa ponta de uma encosta, uma zona limpa de pasto, pinheiros e eucaliptos compunham o terreno, acerco-me o mais rápido possível da cadela, encontro-a em mostra deitada, típico dela, o beeper não se cala, até que ouço o pássaro sair numa zona mais tapada, vejo-a apenas numa aberta entre pinheiros, faço um tiro largo e vejo-a cair em cima da copa de um pinheiro e lá fica em cima de asa aberta, "Ui" dizia eu, pensando como cobraria aquele pássaro que estava tão perto e tão longe, felizmente que ela ainda viva, bate as asas a acaba por cair quase em cima de mim, terminava assim a angustia daquele cobro! Um lance bonito e enorme da Shiva que me dava alento para o resto da jornada.
A segunda foi numa encosta conhecida, ingre-me e muito, mas muito fechada, ouço o beeper tocar, tento subir rápido mas o terreno não ajuda, ainda longe da cadela, o beeper cala-se, vejo então algo a voar entre os pinheiros, a Galinhola vinha para o meu lado a 300km/h a rodar a encosta, difícil erro-a com os dois tiros, mas fica a imagem da galinhola a voar a descoberto, linda! Na próxima semana lá irei ao seu encontro!



quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O Maestro entra em cena!


Já dizia a velha sabedoria popular que, não há fome que não dê em fartura, pois bem hoje foi assim! As jornadas de Galinholas têm sido fracas em levantes e abates, uma época fraca composta principalmente por um efectivo adulto dá-nos a percepção de que a época de criação foi miserável, também os ventos não ajudaram na altura certa, assim, as jornadas em Portugal mas também em Espanha têm sido medíocres, todos se queixam mas, hoje foi diferente! O Don quis-me dar um presente merecido, inventando de forma magistral 4 Galinholas das quais consegui cobrar 3.
Foi sem duvida uma jornada emocionante, começámos a manhã numa zona mais alta do couto, sargaço e chaparros rodeados de um manto branco de nevoeiro compunham um cenário típico dos mais belos sonhos! Mas o sonho depressa se tornou em pesadelo, aquilo que era um terreno prometedor com todas as condições de albergar umas quantas Galinholas não tinha um único pássaro! Mais do mesmo pensava eu! Pelas 10h da manhã decidimos mudar para outra zona, mais baixa mas de aspecto muito idêntico.
Começava tudo de novo, o Don depressa dá com uma Galinhola, faz uma guia larguíssima e muito acelerada, o pássaro apeado sai longe e eu erro-a, não mais lhe pus a vista em cima, evaporou-se!
Decido então ver um local onde na passada semana tinha errado uma Galinhola, estava lá! Precisamente no mesmo sitio, o Don bailou ao ritmo dela, pára aqui, guia, volta a parar, guia, pára, isto repetia-se de forma repetida, até que num cantinho o Don bloqueia o pássaro que sai apenas à minha chegada, abatida e cobrada, era a primeira.
Logo depois ainda a pensar no lance anterior, numa zona mais despida o Don fica em mostra todo torcido com os quartos traseiros em terra, um lance lindíssimo, acerco-me e abato-a ao segundo tiro, mais um cobro e era a segunda.
Não contente o Don descobre um outro pássaro, numa zona bonita mas pouco farta em coberto vegetal, uma mostra, segue-se uma guia e novamente em mostra, acerco-me do cão, o pássaro sai, meio atabalhoada para se desvincular do sargaço e tojo que a prendia ao solo, deixo-a subir um pouco e sai um tiro fácil, penas brancas no ar e aí estava o cupo, não fossem os cartuchos Trust especial Galinhola, à distancia que foi abatida com um cartucho normal, teria ficado desfeita, pois bem esta tinha as asas partidas mas estava intacta!
Assim se fez mais uma jornada de sonho que guardarei na lembrança, numa época miserável, esta jornada vale muito! 

Obrigado Don!!!





segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Uma manhã entre Amigos.

Mais uma jornada de Galinholas que me deixou com a noite mal dormida, terrenos novos, novos sonhos, ainda têm este efeito sobre mim! Enquanto assim for sairei de casa para o campo com alegria e paixão da primeira vez!
A noite acordava fria com temperaturas negativas, a lua redonda e gigante iluminava-me o caminho parecendo que me seguiu toda a viagem, na cabeça sobrevoavam sonhos e expectativas, aquelas expectativas de quem pela primeira vez pisa novos terrenos de Galinholas, o encontro era com um Amigo que fazia muitos Km para se apresentar comigo neste terreno de novos sonhos, 10 para as 7h lá estávamos no local marcado, unidos por uma mesma Paixão, as Galinholas.
Começámos a caçar numa zona com muito bom aspecto, batendo um terreno direito comporto de sargaço, sobreiros e estevas com um ou outro pinheirinho e aqui e ali um medronheiro que, com os seus frutos vermelhos e amarelos mais parecia uma árvore de natal compostamente enfeitada! Foi num desses medronheiros enfeitados que se apresenta o primeiro pássaro, parado pelo Don num segundo levante, um pássaro que se soube proteger por dois chaparros nos meus dois tiros.
Na segunda volta o Veron, agora propriedade do Ricardo, para uma Galinhola a não mais de 20 metros do carro, ainda nós nos estávamos a preparar, o Ricardo ainda serviu o Veron mas, o pássaro sai direita ao sol e é bem errada.
Eu saia agora com a shiva, senti-a logo cansada, conheço muito bem os meus cães, a cadela tinha feito uma jornada muito dura 2 dias antes e ainda não tinha recuperado convenientemente, saí apenas uns 20 minutos, o suficiente para me inventar um pássaro num momento lindíssimo, e um cobro grandioso!
O Ricardo conseguia errar mais uma e cobrar uma outra, eu vi mais duas e uma delas parada pelo Don mas que eu não acreditei e mandei o cão desarmar pois tinha visto um passarinho levantar do local mas, o nariz é do cão, a Galinhola saia e eu nem acreditava, quase que via nos olhos incrédulos do Don a sua raiva por eu não lhe ter dado razão.
Em suma foi uma jornada farta em lances pobre em abates, mas assim se fazem as épocas de quem caça emoções!



quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Uma a Uma...


Lembro-me ainda muito criança de ir com a minha avó logo muito cedo ainda no lusco fusco para a porta do supermercado, era o tal que vinha da Noruega, o Bacalhau, que prendia toda aquela gente que impacientemente esperava de pé a abertura do supermercado esperando o seu quinhão, eram anos de escassez que faziam com que os portugueses ficassem horas a fio plantados de pé aguardando que assim que chegasse a sua vez ainda houvesse um velho amigo para levar para casa, não haviam outros peixes? Haver, havia mas não era a mesma coisa! 
Esta época de Galinholas está a fazer-me lembrar esses tempos, levanta-mo-nos cedo, fazemos Km sem fim para estar cedo no campo para procurar um pássaro que nesta época pouco se vê, não haverá outras espécies que permitam mais lances, mais tiros? haver até há, mas não é a mesma coisa!
Pois bem esta época de poucos pássaros vais separar os verdadeiros amantes das Galinholas daqueles que apenas as vêm como uma qualquer espécie! Será uma época de se fazerem jornadas pássaro a pássaro e quem tem bons cães terá obviamente outros resultados!
Segunda jornada com Galinholas segunda jornada com abates, a Shiva a inventar esta época vários lances com Perdizes Bravas e intercalando com um ou outro pássaro andarilho e de bico comprido, e a Elma com a sua primeira Galinhola, o Don ainda sem se estrear, já com pássaros parados mas infelizmente errados por mim.