A noite acordava fria com temperaturas negativas, a lua redonda e gigante iluminava-me o caminho parecendo que me seguiu toda a viagem, na cabeça sobrevoavam sonhos e expectativas, aquelas expectativas de quem pela primeira vez pisa novos terrenos de Galinholas, o encontro era com um Amigo que fazia muitos Km para se apresentar comigo neste terreno de novos sonhos, 10 para as 7h lá estávamos no local marcado, unidos por uma mesma Paixão, as Galinholas.
Começámos a caçar numa zona com muito bom aspecto, batendo um terreno direito comporto de sargaço, sobreiros e estevas com um ou outro pinheirinho e aqui e ali um medronheiro que, com os seus frutos vermelhos e amarelos mais parecia uma árvore de natal compostamente enfeitada! Foi num desses medronheiros enfeitados que se apresenta o primeiro pássaro, parado pelo Don num segundo levante, um pássaro que se soube proteger por dois chaparros nos meus dois tiros.
Na segunda volta o Veron, agora propriedade do Ricardo, para uma Galinhola a não mais de 20 metros do carro, ainda nós nos estávamos a preparar, o Ricardo ainda serviu o Veron mas, o pássaro sai direita ao sol e é bem errada.
Eu saia agora com a shiva, senti-a logo cansada, conheço muito bem os meus cães, a cadela tinha feito uma jornada muito dura 2 dias antes e ainda não tinha recuperado convenientemente, saí apenas uns 20 minutos, o suficiente para me inventar um pássaro num momento lindíssimo, e um cobro grandioso!
O Ricardo conseguia errar mais uma e cobrar uma outra, eu vi mais duas e uma delas parada pelo Don mas que eu não acreditei e mandei o cão desarmar pois tinha visto um passarinho levantar do local mas, o nariz é do cão, a Galinhola saia e eu nem acreditava, quase que via nos olhos incrédulos do Don a sua raiva por eu não lhe ter dado razão.
Em suma foi uma jornada farta em lances pobre em abates, mas assim se fazem as épocas de quem caça emoções!