segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Com muito rigor.

Já por várias vezes referi aqui que gosto muito de caçar em terrenos novos, desprovido de vícios, alentado de ilusões, movido pelos sentidos e pela paixão. É nesta altura que mais se despertam os sentidos, que são postos á prova os nossos conhecimentos sobre esta caça, temos de ser mais rigorosos, atentos a tudo, persistentes e acima de tudo determinados. Ontem foi assim, terreno todo ele quase igual, de uma beleza enorme, estranhava não ver uma Galinhola, pensava para comigo, "Terreno certo no sitio errado!", e tentava alocar aqueles terrenos a outas zonas do país e contabilizar quantas Galinholas ali viria, fiz o que sabia, o que pensava ser correto, o que aprendi com outros e com a minha própria experiencia, mudar de biótopo mesmo que pouca diferença fizesse e mesmo que fosse mesmo ali ao lado e acima de tudo mesmo que a mim não me desse a sensação que melhoraria, isto das Galinholas é assim, elas é que escolhem, elas é que mandam!

E foi assim que a Naja pára a primeira Galinhola, numa zona como tantas outras que já tinha pisado, sairia larga e errada apenas com um tiro, sendo novamente parada pela cadela, nuns pinheirinhos, mas só a ouvi sair, nem a vi. 

Passado algum tempo a Naja novamente em mostra, numa zona de muito tojo e pinheiros pequenos, a Galinhola sai limpinha, 2 tiros e fiquei incrédulo como não caiu, uns 200 metros em linha reta, a Naja novamente em mostra, o beeper não se calava, o pássaro não saía, dou a volta ao tojo numa zona até despida de mato, coloco-me de frente para a cadela, e reparo que encostado ao tojo a uns 5 metros da cadela, estava a Galinhola morta, um cobro fruto da experiencia, da qualidade da cadela e claro, com alguma sorte à mistura.

Pena a Câmara de filmar ter avariado, tinha feito uns bons filmes, a ver se o problema se resolve rápido, e voltamos aos filmes.