Este espaço visa dar a conhecer uma verdadeira Paixão, a caça às Galinholas com Cão de Parar, como também mostrar um pouco do nosso trabalho na criação do Setter Inglês, uma maravilhosa raça inevitavelmente ligada a esta nobre e enigmática ave que a muitos de nós encanta, a Bela Dama dos Bosques, a Galinhola.
Um Cão, um caçador e uma
Galinhola bem parada, haverá algo mais puro que isto? Não creio!
Esta foi uma manhã dura para
mim e para a Naja, começa a ganhar forma física, o tempo fresco e a chuva
também dão o seu contributo, se eu contabilizei 17 km percorridos, imagino
quantos fez a Naja, que faz as jornadas todas a galope e com uma grande
amplitude, mas diria eu que faz 4 ou mais vezes a distância que eu faço.
A manhã começou com o céu
nublado com abertas, mas longe de anunciar chuva, que chegou em grande força já
por volta do meio-dia.
Há mais de 10 anos que a maior
zona de crença deste couto, metia sempre muitas galinholas nas entradas, era
mágico, não falhava, passados 10 anos, o mato cresceu, o biótopo deixou de ser
chamativo, mas ainda assim, num cantinho, o único mais despido, elas ainda
sentem um chamamento quase magnético, decidi em boa hora arriscar, e lá estava
uma, no único local possível, bem trabalhada e bem parada pela cadela, que ma
entregou de bandeja, a Galinhola saiu direita ao Sol, deixando-me completamente
encadeado, outrora teria atirado às cegas, também já fui afortunado assim, mas a experiência fez-me segurar o
dedo, por momentos senti o lance como perdido, mas ela rodou, o meu swing foi
perfeito e abati-a ao primeiro tiro cobrada depois pela Naja, estava feliz,
estes lances dão-nos alento, força para continuar, para sair da casa rumo ao
incerto, movidos por uma Paixão que se alimenta de lances como este.
Recordo a noite em branco no
parto da Iris, da Naja me nascer nas mãos, de noite após noite me levantar para
ver como estavam, e como todo esse esforço e dedicação fazem agora sentido.