segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Direita ao Sol.

Um Cão, um caçador e uma Galinhola bem parada, haverá algo mais puro que isto? Não creio!

Esta foi uma manhã dura para mim e para a Naja, começa a ganhar forma física, o tempo fresco e a chuva também dão o seu contributo, se eu contabilizei 17 km percorridos, imagino quantos fez a Naja, que faz as jornadas todas a galope e com uma grande amplitude, mas diria eu que faz 4 ou mais vezes a distância que eu faço.

A manhã começou com o céu nublado com abertas, mas longe de anunciar chuva, que chegou em grande força já por volta do meio-dia.

Há mais de 10 anos que a maior zona de crença deste couto, metia sempre muitas galinholas nas entradas, era mágico, não falhava, passados 10 anos, o mato cresceu, o biótopo deixou de ser chamativo, mas ainda assim, num cantinho, o único mais despido, elas ainda sentem um chamamento quase magnético, decidi em boa hora arriscar, e lá estava uma, no único local possível, bem trabalhada e bem parada pela cadela, que ma entregou de bandeja, a Galinhola saiu direita ao Sol, deixando-me completamente encadeado, outrora teria atirado às cegas, também já fui afortunado assim, mas a experiência fez-me segurar o dedo, por momentos senti o lance como perdido, mas ela rodou, o meu swing foi perfeito e abati-a ao primeiro tiro cobrada depois pela Naja, estava feliz, estes lances dão-nos alento, força para continuar, para sair da casa rumo ao incerto, movidos por uma Paixão que se alimenta de lances como este.

Recordo a noite em branco no parto da Iris, da Naja me nascer nas mãos, de noite após noite me levantar para ver como estavam, e como todo esse esforço e dedicação fazem agora sentido.

Obrigado Naja da Pedra Mua!