sábado, 7 de janeiro de 2023

Rosi de volta!

Saio de casa de madrugada, uma Lua luminosa e redonda acompanha-me quase o caminho todo, a mesma musica de sempre que saio para a caça toca em MP3, acercam-me pensamentos, terá havido mexidas, os 3 dias de vento Leste terão mexido os pássaros? Pois o Couto não tinha nada! 

Pelo caminho sempre o mesmo aos sábados esta época, vou apreciando os campos, e reparando o quão desordenado está o nosso mundo rural, á direita pasto alto com esta chuva e calor cresceu mais que o normal para esta altura, quando secar no verão, vamos ter muitos incêndios! Á esquerda restolhos de milho e pivôs que aguardam semeadas e tempo seco para voltarem ao activo, passo também por eucaliptais e a nova moda agrícola, amendoais intensivos. Km a Km vou cruzando aldeias, numa delas o cheiro a pão quente entra á força pelo carro, isso diz-nos que estamos perto, corto para a estrada do Couto, a barragem está como nunca a vi, a água quase beija o caminho, dois patos reais dão-me os bons dias voando sobre aquela massa de água imensa, o caminho não está fácil com tanta água e lama, mas a minha companheira de aventuras a Kangoo 4x4, não me deixa ficar mal, e com cautelas la chegamos ao destino.

Tinha na carrinha a Naja e a Rosi, já recuperada do corte na pata e na lesão muscular que a fez parar várias semanas, pois foi com ela que sai, sinceramente sem a convicção de ir ver uma Galinhola, pois este ano o couto está fraco, abati algumas mas não entraram mais, e da última vez que lá fui não vimos nada.

A Rosi esteve muito bem, fisicamente não está ao seu melhor nível pois esteve parada muito tempo a anti-inflamatórios, mas deu para fazer o que sabe melhor, parar Galinholas, parou-me uma Galinhola numa zona muito fechada, corri para a servir mas a Galinhola saiu antes de me ajeitar, saiu boa, sem fazer barulho, muito devagar e rente ao mato, pareceu-me que tinha ficado ali perto, mas corremos tudo e nada, nem rasto dela, mais uma das que se evaporam sem serem sequer atiradas. Podia talvez ter feito um tiro, mas em corrida não era adequado, visto ser talvez a única Galinhola do Couto, não sei se fiquei triste ou feliz por não a ter abatido, dar-me-há alento para mais uma jornada.

Uma arma, uma cadela e uma Galinhola, haverá embate mais digno, mais justo? Mesmo sem abater nada, se isto não é caçar, então o que será!?