domingo, 27 de janeiro de 2019

Quem sabe nunca esquece.


O Don, companheiro de tantas e tantas jornadas, aquele que muitas vezes me salvou jornadas que pareciam condenadas ao fracasso, aquele que me deu pássaros que pareciam perdidos, tem tido esta época, um papel secundário, pois tem ficado no banco, diria que tenho um banco de Luxo, para dar lugar à Naja, foi uma imposição minha, era tão mais fácil fazer a época com ele, era sinónimo de sucesso garantido, e por vezes o que temos garantido é mais forte que o incerto, mas tinha que fazer outro cão, ele já não vai para novo, ou o fazia assim, ou em breve não teria cão para caçar ao nível a que me habituei.

Este sábado foi a prova de que, quem sabe nunca esquece, o Don esteve soberbo, a encontrar Galinholas em locais que eu não ia sequer pisar, longe, a fazer-me lembrar quando ele tinha 4 ou 5 anos, continua o mesmo, galopa com a mesma Paixão, continua impetuoso, encontrador, seguro, apenas lhe falta a resistência de outrora, colmatada com um conhecimento e experiências adquiridos ao fim de muitas épocas de caça e de largas centenas de Galinholas paradas, se eu nesta jornada andei 14.5 Km, imagino quanto é que ele andou, seguramente 4 vezes mais, e sempre a galope, no final já nem força para me trazer a Galinhola ele tinha, mas tem desculpa, pois a idade em algumas situações também é um posto.

No domingo uma voltinha muito curtinha, os terrenos estão secos, a falta de chuva e o vento secaram ainda mais o terreno, o tojo parece arame farpado, as silvas parecem pregos, os cães esgotam muito rapidamente, portanto foi mesmo uma voltinha para sair com a Naja, que esteve ao seu nível, apenas 1 Galinhola que já era conhecida de outra jornada, mas que desta vez trocámos-lhe as voltas e acabou cobrada pela cadela.