sábado, 8 de dezembro de 2018

Tem outra magia.

Como sempre, nestas andanças atrás das Belas Damas dos Bosques, a alvorada foi madrugadora, antes mesmo do galo pensar em cantar. Pensado de véspera, dos vários cães disponíveis, levei apenas a Naja, depositava assim toda a minha confiança numa jovem cachorra, estava seguro das suas capacidades, mesmo sabendo que estaria muito calor, mesmo consciente da dureza dos terrenos, muito diferentes dos terrenos Açorianos, onde ela se fez Becadera. Aqui os terrenos são mais duros, muito tojo, silvas, mato mais fechado e uma menor densidade de Galinholas, no entanto, se queremos cães, temos de investir nos mais novos.
De repente, no meio de um terreno enorme, onde nem o vento se ouvia, dou por mim a pensar, em como é especial desfrutámos de uma manhã de caça, com um cadela que ajudámos a nascer, e que escolhemos para nossa companheira de caça, quando nascem em nossa casa tem outra magia.
Os terrenos estavam duros, ásperos, o tojo parecia arame farpado, e o calor não ajudava, mas a Naja começa a habituar-se a esta realidade, percebeu que nestes terrenos também há Galinholas, e depressa se adaptou a caçar nestas condições.
Passado algum tempo, ouço o Beeper tocar, sirvo a cadela sem a ver, guiado apenas pelo beeper, talvez ela estivesse deitada, pois não a via, só o beeper me dava a indicação da sua localização e do que se passava, servi a cadela de frente e, ao acercar-me mais perto do som do beeper, a Galinhola sai, muito perto de mim, 2 tiros, e achei que a tinha errado, mas nestas coisas a experiência e 1 ou 2 bagos podem fazer a diferença para o sucesso, e fizeram mesmo, a Naja parou-a logo à frente, já morta, acabando por cobra-la, quando à primeira vista parecia um lance perdido.
Mais nenhuma se mostrou, mas ficou na memória, um lance e uma manhã fantástica, na companhia daquela que será a minha nova cadela de Galinholas, Naja da Pedra Mua.