terça-feira, 11 de agosto de 2009

Cão Perfeito, realidade ou utopia?

Não sei se é utopia ou uma realidade presente, tenho o privilégio de conviver com variadíssimos cães de caça e de competição das mais diversas raças, pelo que me é cada vez mais difícil perceber o que é o cão Perfeito, pois quantos mais vejo, mais difícil se torna a minha avaliação do cão Perfeito.
Privo com alguns dos mais conceituados cães Europeus, cães únicos que nunca deveriam chegar a velhos e largar os campos, pelo que o meu padrão de cão perfeito é talvez um misto de utopia e realidade.
Para mim o cão perfeito é aquele que acima de tudo tem uma ligação privilegiada com o seu dono, aquele que tem atitudes e olhares quase humanos, capaz de nos arrepiar com expressões pouco habituais que notoriamente comunica connosco, que sabe estar em qualquer situação, com um carácter vincado e único mas suficientemente humilde e inteligente para saber quem está no topo da hierarquia, a partir daqui entra o comum a todos os cães, o ensino. O ensino transforma o cão no super cão, aliado a características genéticas do próprio individuo o comum cão de caça transforma-se no cão “perfeito” ou quase, pelo menos aos nossos olhos.
Para mim um cão Perfeito tem de ter um carácter muito especial que o distingue dos demais a capacidade invulgar de comunicar comigo, muita humildade, paixão pela caça e pelo dono, um nariz normal e a capacidade e inteligência para saber caçar com o Nariz que tem seja muito ou pouco, (pois há muito cão com muito nariz e não tem cabeça para acompanhar o nariz que tem!) uma paragem firme e uma guia que nos leve com subtileza e autoridade até à peça de caça e, claro está um cobro eficiente, pois cão que não cobra está longe, muito longe da perfeição! E claro está a beleza dentro dos padrões da raça!
Até hoje tenho para mim como o cão Perfeito, ou o mais perto dessa definição o falecido Braco Alemão do Piçarra, Uster, que foi Campeão do Mundo, fazia provas de St. Huberto como nenhum outro, ganhou em caça-prática e primavera, era um cão de Galinholas de sonho e um cão de caça PERFEITO e, tinha aquilo que eu identifico num cão como essencial, um carácter quase Humano, até hoje foi o cão que mais se aproximou dos meus padrões de perfeição, ou talvez tenha ele mesmo definido os meus padrões de Cão Perfeito.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Galinholas anilhadas, duvidas e mitos.


Apesar de pouco frequente por vezes um caçador abate uma galinhola anilhada e, depara-se com um problema entre mãos, o que fazer com a anilha?
Muitas vezes por desconhecimento, falta de vontade ou até, por receio de ficar sem a anilha, que para muitos é uma espécie de troféu pouco usual, não dão o seguimento devido a este assunto.
Pois bem a anilha não tem de ser devolvida, fica na posse do caçador, apenas lhes é solicitado os dados gravados na mesma, esses sim de extrema importância para o estudo da ave e da sua espécie, são também necessários alguns dados do caçador da ave e da localização geográfica onde esta foi abatida.
Apenas é necessário relatar o abate por e-mail e deixar um contacto e depois esperar que o ICN contacte a solicitar mais informações. Sendo Galinholas é de todo importante relatar o abate desta ave ao CCB em França, pois este organismo leva a cabo largos e detalhados estudos desta ave e, esta informação é importantissima para o seu trabalho.
Caso o caçador seja uma pessoa interessada pelos aspectos que rodeiam esta enigmática ave, poderá levar a cabo sem despender muito do seu tempo alguns estudos complementares sobre esta ave em particular, como:
Pesar a ave, para uma posterior comparação.
Fotografar a ave e a anilha que a acompanha.
Medir o comprimento do bico.
Medir o comprimento das asas.
Situar através do Google Earth a localização (em coordenadas) de onde a ave foi abatida.
Enviar as informações para:
dhe@icn.pt e http://clubnationaldesbecassiers.net/index.php?option=com_contact&view=category&catid=12&Itemid=56
Desta forma mais precisa ajudará aos complexos estudos efectuados sobre as Galinholas, bem como dignificará o nome da classe dos caçadores.

Centro de Estudos de Migração e Protecção das Aves (Cempa)
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O CEMPA – Centro de Estudo de Migrações e Protecção de Aves foi criado a 9 de Março de 1976, através de Despacho do Secretário de Estado do Ambiente publicado em Diário da República a 20 de Março, e integrado no então Serviço de Estudos do Ambiente.A sua criação dava resposta à necessidade de integrar Portugal nos programas de estudo e protecção internacionais de aves da Região Paleárctica, tendo em conta a nossa situação geográfica, extensão da zona costeira e a existência de importantes estuários, o que nos permite ocupar uma posição particularmente importante nas rotas migratórias.
Tornava-se portanto pertinente a centralização e coordenação das actividades relacionadas com o estudo das aves.
Nas suas atribuições constam a investigação e promoção de medidas de conservação, divulgação dos problemas e resultados respeitantes ao estudo das aves, bem como a centralização, coordenação e divulgação da anilhagem e recaptura de aves. Esta última acção visa obter e tratar os respectivos dados e responder às solicitações das diversas centrais europeias de anilhagem.
Foi então estruturada no seu âmbito a Central Nacional de Anilhagem, para coordenar a actividade dos anilhadores, apoiar a sua formação e recolher, organizar e tratar os dados por eles obtidos no decurso da actividade.
Em 1993, através do Decreto-Lei nº 193/93, o CEMPA foi integrado no Instituto da Conservação da Natureza, sendo inserido na Direcção de Serviços de Conservação da Natureza – Divisão de Habitats e Ecossistemas. Tem como objectivos principais:
Promover, apoiar e desenvolver estudos técnico-científicos e programas de monitorização, sobre a avifauna nacional e os seus habitats; e
Fornecer suporte técnico para a tomada de decisão no âmbito da política de Conservação da Natureza.

O que é a anilhagem de aves
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As Aves sempre exerceram um forte fascínio sobre o Homem, dividido entre a admiração pelas suas cores, cantos, formas e voo,, por um lado e a curiosidade pelos seus hábitos e os seus movimentos migratórios, por outro.
O interesse pelas suas migrações, assim como o colorido e a visibilidade de um grande número de espécies, ressaltam como principais explicações para esta atracção.
Algumas são residentes, não se afastando muito do local onde nasceram, mas outras levam a cabo grandes viagens (que podem atingir os milhares de quilómetros e as centenas de horas de voo), cujos ciclos dependem das estações do ano, realizados no mesmo país, região, ou entre continentes.
A anilhagem científica é um método de investigação que se baseia na marcação individual das aves. Qualquer registo de uma ave anilhada, obtido através da sua recaptura e posterior libertação ou quando a ave é encontrada morta, poderá fornecer muita informação acerca da vida dessa ave, e em particular, sobre os seus movimentos.
Através da interpretação dos dados obtidos durante a actividade de anilhagem é possível conhecer muito mais acerca das populações e das diversas espécies, bem como sobre as características dos indivíduos que as compõem. Assim, quando uma ave cai na rede de um anilhador, procura-se obter toda a informação possível, podendo por vezes ir-se para além daquela que habitualmente se recolhe. Esta situação deve sempre seguir os procedimentos estabelecidos pela Central Nacional, e verificar-se apenas nos casos em que estudos específicos e autorizados assim o exijam.
A análise das deslocações das aves anilhadas permite definir as suas rotas migratórias e as áreas de repouso ou paragem, disponibilizando deste modo informação crucial para o planeamento de sistemas integrados de áreas protegidas para a avifauna.
Paralelamente, com base na informação recolhida através da recaptura de aves anilhadas, pode obter-se um conjunto de parâmetros populacionais, tais como a taxa de sobrevivência e o sucesso reprodutor, essenciais para a determinação das causas de variações numéricas das populações de aves.Objectivos da Anilhagem
A anilhagem é hoje aceite como ferramenta de investigação essencial na maioria dos países do mundo. Em muitos casos, a urgência de conservação de algumas espécies impõe mesmo programas específicos e intensivos de marcação e controlo, tendo como principal objectivo a obtenção rápida de indicadores que possam ser traduzidos em medidas concretas sobre os habitats ou factores de ameaça.
Como tal, e em conformidade com as orientações emanadas pela EURING (organismo coordenador da anilhagem na Europa) e com a legislação internacional e nacional em vigor, a anilhagem deve ser cada vez mais encarada não apenas como um “passatempo” ou algo agradável, mas como uma actividade que, para além de envolver custos, envolve também riscos para as aves que são capturadas e manuseadas. Assim, deve ter-se atenção à necessidade cada vez maior de uma definição clara dos objectivos a atingir com a actividade, para cada um dos anilhadores ou grupos de anilhadores, atendendo a que a grande maioria destes desenvolve esta actividade num contexto amador.
É também fundamental o estabelecimento de metodologias apropriadas e uniformes, adequadas às diferentes situações, que, por sua vez, possam ser traduzidas em resultados fiáveis e comparáveis.
Por fim, e para além do envio habitual dos dados ao banco de dados da Central Nacional, este esforço deve ser traduzido na publicação dos resultados, quer em formatos simples quer, depois de devidamente tratados, através de artigos ou outros tipos de publicações.
No entanto, e procurando ajudar os anilhadores na persecução destas orientações, devem estes ter em conta os objectivos principais da anilhagem científica:
Ajudar à compreensão e esclarecimento dos movimentos e das estratégias migratórias;
Identificar e monitorizar as áreas mais importantes para as migrações; e
Monitorizar as populações.
A anilhagem de aves encontra-se regulamentada através do Decreto-Lei nº 140/99, de 24 de Abril (artigo 18º), que transpõe as Directivas Comunitárias Aves (79/409/CEE) e Habitats (92/43/CE) para a legislação nacional.

Contacto
Instituto da Conservação da Natureza Central de Anilhagem. Rua Filipe Folque Nº46 5º andar 1050-114 Lisboaq TEL: 351 21 351 04 40 FAX: 351 21 357 47 71 E-mail: dhe@icn.pt

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A Galinhola no Mundo.

 
Embora para nós Portugueses a sua denominação seja bastante distinta dos nossos vizinhos espanhóis que a chamam de “Bécada” bastante semelhante aos Franceses “Bécasse”, a sonorização e o significado do nome em Português “Galinhola” não nos transmite a beleza e misticismo da melódica palavra francesa “bécasse”.
Também nós à semelhança dos espanhóis temos mais que um nome para esta ave, sendo que na zona sul nomeadamente no Algarve é chamada de “Gamarra” e, um pouco por todo o país e sobretudo na gíria dos caçadores de Galinholas é também muito utilizado o termo “Bicuda”, talvez a complexa língua de Camões não tenha um nome tão pomposo como a Bela Dama merece, já que a palavra Galinhola é no mínimo pouco adequada para os que dedicam o seu tempo a esta ave, de Bécadero em Espanha, a Bécassier em França, para Galinheiro em Português, pois seria essa a denominação correcta para um caçador de Galinholas Português, felizmente nenhum caçador gosta deste nome algo básico e a roçar o desprestigio, já que em nada tem a ver com Galinhas como dá a entender o nome, mas sim com uma nobre disciplina da caça, este facto levou à importação e adopção da palavra bécadero, pouco portuguesa mas bem mais prestigiante e acima de tudo elegante de dizermos que somos caçadores de Galinholas.
Em toda a Europa e Ásia é denominada de diversas formas, fica aqui a sua denominação comum nos vários países onde se encontra.


AR: دجاجة الأرض
CN: 丘鷸
CZ: Sluka lesní
DE: Waldschnepfe
DK: Skovsneppe
ES: Chocha Perdiz / Becada
FI: Lehtokurppa
FR: Bécasse des bois
GR: Μπεκάτσα
HE: חרטומן יערות
HU: Erdei szalonka
IT: Beccaccia
JP: ヤマシギ
KR: 멧도요
NL: Houtsnip
NO: Rugde
PL: Słonka
PT: Galinhola / Algarve Gamarra
RU: Вальдшнеп
SK: Sluka lesná
SW: Morkulla
TR: Çulluk
UK: Woodcock
UO: Вальдшнеп

Outras Galinholas no Mundo:


Scolopax mira
Habitat:
habita nas colinas arborizadas pontilhada com campos verdes de cana-de-açúcar das ilhas japonesas de Ryu-Kyu e é muito difícil de distinguir da galinhola comum.



Scolopax bukidnonensis
Habitat: habita nas Filipinas em zonas de montanha e floresta sub-tropical e tropical húmida.





Scolopax saturata
Habitat: é uma população endémica das ilhas Java e Sumatra, na Indonésia.a sua população é pouco conhecida, embora sejam vistas com maior regularidade Parque Nacional Gunung Gede Pangrango,em Java. Habita em zonas húmidas de floresta entre os 1.500 e 3.000 metros de altitude.
 
Scolopax celebensis
Habitat:
habita em matas húmidas e áreas verdes nas planícies inundadas de Sulawesi.




Scolopax rochussenii
Habitat:
é uma ave que habita em zonas interiores de floresta tropical nas montanha das ilhas Molucas, onde em períodos mais secos pode deslocar-se para zonas mais baixas a cerca de 500m de altitude.
 
 
Scolopax minorHabitat: A Galinhola Americana pode ser encontrada em florestas com áreas abertas, jovens florestas e áreas agrícolas abandonadas, com vegetação lenhosa para procurarem alimento.
Também zonas húmidas e inundadas são locais de grande predilecção para esta ave.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Estalão Setter Inglês

Estalão de Beleza e Trabalho

ORIGEM: Grã-Bretanha.
DATA DE PUBLICAÇÃO DO STANDARD OFICIAL VÁLIDO: 28.07.2009
UTILIZAÇÃO: Cão de Parar
CLASSIFICAÇÃO FCI: Grupo 7 Cães de Parar
Secção 2.2 Cães de Parar Ingleses e Irlandeses, Setter.
Com prova de trabalho.

ASPECTO GERAL - De tamanho médio, contorno claro e de aparência e movimentos elegantes.

Talhe - altura na cernelha:
Machos: 58 a 62 cm (referência pelo Estalão Francês)
Fêmeas: 55 a 60 cm (referência pelo Estalão Francês)
Nota: 65 à 68 cm para os machos e 61 à 65 cm para as fêmeas (em Inglaterra).

Temperamento - muito ativo, com forte instinto de caça. Extremamente amistoso e de boa índole.

Pelagem- Pelos desde a nuca, alinhada com as orelhas, a pelagem é longa e sedosa, ligeiramente ondulada, mas nunca encaracolada; nos segmentos próximos dos membros anteriores e posteriores, cai, bem franjada.

Cor - preto e branco (azul belton), laranja e branco (laranja belton), limão e branco (limão belton), fígado e branco (fígado belton), ou tricolor, isto é, azul belton-e-castanho ou fígado, belton-e-castanho; aqueles sem manchas grandes pelo corpo, mas salpicadas (belton) são os preferidos.

Nota da Comissão de Estalões:
"BELTON" é um termo usualmente utilizado para a descrição da pelagem característica do seter inglês.
Belton é uma vila em Northumberland. Este termo foi criado e divulgado pelo livro sobre o setter inglês escrito pelo Sr. Edward Lavarack, criador que exerceu preponderante influência no actual aspecto da raça.

Cabeça - portada alta, longa, razoavelmente seca. A distância, da ponta da trufa ao stop, é igual ao comprimento do crânio, desde o stop até o occipital.

Crânio - bem desenvolvido, oval entre as orelhas, com a protuberância do occipital bem marcada.
Stop - bem definido.
Focinho - moderadamente, profundo e bem quadrado.
Trufa - de cor preta ou fígado, de acordo com a cor da pelagem. Narinas são largas.
Lábios - devem ser, moderadamente, pendentes.
Mordedura - maxilares fortes de comprimento aproximadamente igual.
Dentes perfeitos e mordedura em TESOURA perfeita, regular e completa. Dentes superiores articulam-se sobrepostos rentes aos inferiores e dispostos em posição ortogonal aos maxilares.
Olhos - ovais e inseridos no plano da pele, brilhantes, meigos e expressivos. Cor variando entre o avelã e o marrom escuro, melhor, o mais escuro. Somente na cor fígado belton, os olhos, mais claros são aceitáveis.
Orelhas - de comprimento médio, inserção baixa, portadas caídas, rente às faces, em dobra nítida; e a ponta aveludada, a região proximal é revestida de pelos finos e sedosos.

PESCOÇO - razoavelmente longo, musculoso e seco, levemente, arqueado na nuca e, nitidamente, recortado onde ele se articula com a cabeça. Na direcção do ombro, se alarga, bem musculoso, de forma elegante e sem barbela.

TRONCO - de comprimento médio.
Dorso - curto e nivelado.
Peito - profundo no ante-peito, boa profundidade entre as escapulas. Profundo, no prumo das costelas falsas, isto é, com a caixa torácica bem desenvolvida.
Costelas - arredondadas, bem arqueadas
Lombo - largo, ligeiramente arqueado forte e musculado.

MEMBROS
Anteriores
Ombros: oblíquos e bem angulados.
Cotovelos - bem baixos, trabalhando rente ao tórax.
Antebraços - rectos e bem musculados, com ossos de secção redonda.
Metacarpos - curtos, fortes, rectos e de secção redonda.
Patas - bem almofadadas, compactas, protegidas por pêlos entre os dígitos, bem arqueados.

Posteriores - bem musculados incluindo as pernas. Longos da garupa ao jarrete.
Coxas - Longas.
Joelhos - bem angulados.
Jarretes - bem curtos e, perfeitamente, direcionados para frente.
Patas - bem almofadadas, compactas, protegidas por pelos entre os dígitos, bem arqueados.

Cauda - inserida no alinhamento com o dorso, de comprimento médio, até, no máximo, o nível dos jarretes. Bandeira ou franjas pendentes em longas mechas. As franjas iniciando logo abaixo da raiz da cauda, são maiores no segmento medial e diminuem gradualmente para a ponta: pelos longos, brilhantes, macios e sedosos, ondulados, mas não encaracolados.
Portada quase nivelada ao dorso, em subtil curva ou em forma de cimitarra, sem tendência a se elevar, com movimento vigoroso.

Movimentação - fluente e graciosa, revelando velocidade e resistência. A movimentação
dos jarretes revela forte propulsão nos posteriores, que, vistos por trás, trabalham aprumados.
Cabeça portada naturalmente alta.

O Galope é amplo, suave, elegante, rápido, nem nervoso nem impetuoso, mas fluído e flexível, rasante e próximo do solo. O dorso permanece horizontal, aparentemente imóvel. A cauda fica posicionada no prolongamento da coluna vertebral, sem agitar, com tendência a permanecer baixa, em forma de cimitarra. Nas mudanças de direcção, esta pode funcionar como pêndulo. Nas mudanças de velocidade, pode variar de altitude e nomeadamente elevar-se nos abrandamentos.

O Porte de cabeça fica posicionado no prolongamento da linha dorsal ou ligeiramente acima deste. Nos exemplares que têm um porte de cabeça “em forma de martelo”, este defeito torna-se inestético, mas pode ser compensado por uma posição excelente do pescoço. A cabeça é móvel e sempre em busca da emanação, podendo esta característica causar mudanças durante a busca.

A Busca do Setter Inglês é naturalmente cruzada, ampla, permitindo uma exploração subtil do terreno disponibilizado. O treino permite aumentar a sua amplitude. A busca do Setter Inglês não é rectilínea nem rígida, serpenteando ligeiramente com facilidade e inteligência nos lances.

A Paragem Assim que o Setter Inglês entra no campo de uma emanação, todo o seu corpo se baixa e fica ainda mais próximo do solo. Apenas a cabeça e a trufa permanecem elevadas e acima da vegetação. Seguidamente, retoma o cone da emanação, por vezes através de passos rápidos e bruscos, o mais directamente possível, abrandando a sua velocidade, prudente e desconfiado, mas com os músculos contraídos, por uma tensão extrema, como um felino, tentando através desta acção insidiosa aproximar-se o mais possível da peça de caça.
Se. se aperceber da ausência de caça, ele retoma então a sua busca e o seu galope habituais.
Se, pelo contrário, se certificar da presença de caça, abranda cada vez mais e fica petrificado na paragem, com o focinho expressivo, os olhos brilhantes, a cauda esticada acompanhando a linha dos rins, mas mais elevada e um pouco mais arqueada que no galope. Se a subida da emanação for demorada, a paragem pode ser elevada uma vez que a emanação se encontra muito distante do cão. Pelo contrário, uma emanação mais próxima e súbita provocará uma paragem muito mais rasante e próxima do solo. A acção felina observa-se particularmente em terreno descoberto pois o Setter Inglês tem medo de ser visto pela caça. Pelo contrário, com vento favorável numa vegetação suficientemente desenvolvida, a paragem pode ser efectuada de pé, com as articulações pouco flectidas.

O Deslizar é uma das características da raça. Quando a peça tenta fugir apeada (ou após a paragem à ordem do condutor), o Setter Inglês segue-a (ou aproximar-se desta) numa acção excepcional concentrando toda a sua vontade em não perder o contacto a fim de a bloquear, tal como um felino.
A Paragem por simpatia do Setter Inglês corresponde à imagem da sua personalidade: fluída, flexível e frequentemente correspondente ao estilo das suas paragens.

Faltas: Qualquer desvio dos critérios acima mencionados considera-se uma falta e a sua gravidasde é considerada conforme o grau do desvio do padrão e suas consequências sobre a saúde e o bem-estar do cão, e a capacidade do cão de realizar a sua tarefa tradicional.

DESQUALIFICAÇÃO E FALTAS:
• Agressividade ou extrema timidez.
• Qualquer cão mostrando sinais claros de anormalidades físico ou comportamental deve ser desclassificado.
FCI-St. No. 2 / 28.10.2009
6
N.B .:
• Os machos devem ter dois testículos de aparência normal, completamente descidos e acomodados na bolsa escrotal.
• Somente cães funcionais e clinicamente saudáveis, com a conformação típica da raça, devem ser usados para reprodução. 

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Videos PedraMua

VÍDEOS
--------------- 2012 ---------------
Don soma e segue.
 
Don e as prendas de Natal.
 
a maldição dos dobles.
 
Veron e as prendas de Natal.
 
Veron no eucaliptal.
 
Veron e a dançarina.
 
 
Don em mais um lance.
 
Veron num lance lindissimo.
 
Don e o indulto.
 
Faruck
 
A Primeira de 2012
 
A magia de Don
 
Holgah da Pedra Mua
 
 VÍDEOS
--------------- 2011 ---------------
 
Veron a Fechar a Época.


Faruck e a Velha Amiga.


Faruck e a nossa Amiga do Natal.


Faruck e a Bailarina.


Veron e a Kamikase.


mais Faruck.


Coisas que acontecem.



Veron e a Galinhola Icaro.


Veron com uma ao segundo levante.

 
A dureza dos terenos.



Faruck com a esperta.

Faruck em grande!!!


um lance daqueles...


Veron inicio de época.


a segunda...


A primeira da época.
 
 
Gandhi com 2.5 meses nas primeiras paragens.
 
VÍDEOS
--------------- 2010 ---------------

Shiva no cobro.


Nascido cá em casa.

 
Shiva 2.5meses.

 
Yucki 5 meses e treino.

 
Faruck e a agua.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Diário de um Becadero. 2008/09 parte 4

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Galinholas fáceis não contam histórias.

4 Janeiro 2009

Há muito falado, há muito marcado, há muito esperado, foi assim com esta jornada! Convidado por um Amigo “Paulinho” para ir fazer com ele e mais uns amigos comuns, a abertura numa ZC no Algarve. A jornada era por mim esperada com muita expectativa, pois sabia das potencialidades da zona, sabia conscientemente que a zona era das melhores do país, mas também sabia que não seria fácil ter lances de sonho e algum abate. Isto parece estranho, dizer que a zona é das melhores do país e ao mesmo tempo dizer que não seria fácil ter uma captura, mas ouvia-se o numero 70, era o numero de inscritos para a abertura ás Galinholas, falava-se de caçadores do Norte, Porto e Braga, muita gente que vinha de longe de propósito para esta abertura, desta forma não se antevia uma jornada fácil, até que antes de mais a sorte ditava muito do sucesso da jornada, pois seriam sorteadas 8 zonas distintas, onde em cada uma delas 6 caçadores teriam vários Hectares para caçar e procurar a Bela Dama, portanto a sorte era logo no começo e tão cedo algo que todos procurávamos a quando do sorteio. Para mim pessoalmente, a zona que me calha-se em sorte era indiferente, não conhecia nenhuma das manchas, pelo que caçar na primeira ou na última era para mim igual, o mesmo não acontecia para os caçadores da zona, ou alguns de longe mas já conhecedores das zonas e onde certamente têm uma ou outra crença mais quente que gostariam de visitar.
Depois do sorteio matinal nas belas instalações da associação de caçadores, dirigimo-nos para o campo, o nosso grupo era constituído por 6 caçadores, por consenso dividimos a meio a zona que nos calhou, bem como o grupo, ficando assim compostos 2 grupos de 3 caçadores cada.
Desta vez levei a cadela, pois o meu trunfo que me costuma inventar Galinholas onde quer que vá, continuava a recuperar de uma operação complicada, tinha-lhe sido retirada uma pragana, bem como uma grande quantidade de tecido morto que a envolvia, a recuperação tem sido lenta e penosa, sendo assim caço com os outros cães. A Uva porquê? Porque eu não conhecia os terrenos, ao contrário da cadela que tinha naqueles terrenos muitas e muitas jornadas, muitas e muitas Galinholas paradas e cobradas com o antigo dono.
Começamos pelo lado direito da mancha, eu o Mário e o Primo dele, o Jorge. Umas franjas estreitas de pinhal com pouco mato eram o palco que nos esperava, pouco andamos até o Mário e o primo começarem a dar tiros a um ou outro pássaro, eu não gostava do que via, sentia-me ali mal, eles de verde não se viam dentro das manchas demasiado pequenas para 3 caçadores, sentia que caçar assim era perigoso, ninguém se via e um pássaro que sai-se rápido poderia despoletar ali um acidente, até mesmo os cães corriam perigo! Decidi então desviar-me e caçar sozinho, com calma, descontraído, desfrutando da paisagem e da cadela, lendo o terreno e os sinais da cadela de forma a ter uma jornada produtiva, pois ouviam-se tiros, o Paulinho e o seu grupo, tinham começado mal entraram na mancha, as coisas prometiam.
Não demorou a ver uma galinhola a atravessar uma lavrado fugida de uma saraivada de tiros do Mário e do primo, com uma mancha de bom aspecto no seu caminho, depreendi que fosse ali que ia pousar, a cadela dá sinal, mas a Galinhola fugida apressa-se a encastelar completamente tapada, dando-me apenas uma nesga para atirar, errei-a com apenas 1 disparo.
Tentei manter-me calmo e lá prossegui sozinho, pouco depois a Uva pega num rasto numa zona despida debaixo de uma mancha de pinheiros, e já na extrema fica parada, achei estranho, pois era demasiado despido, desmancha subitamente sem sair nada. Uma pequena fatia de pinheiros novos ali mesmo ao lado aguçava-me o instinto, teria de ter um pássaro, mal entro a cadela fica parada, o pássaro sai rapidamente, a arma prende-se no meu casaco e saem-me 2 tiros estúpidos, foi tudo tão rápido. Fiquei irritado, muito mesmo, engoli uns palavrões e felicitei a cadela, novamente lá fui em busca de uma nova mancha, pois ali caça-se de mancha em mancha, andando muito em terrenos de pasto e semeadas entre as manchas. Mais um pequeno aglomerado de pinheiros bravos, com algum mato de boas características, mas nada, nem um toque da cadela, à minha esquerda apresentava-se a uns escassos 2 metros dessa mancha um pequeno e denso bosque de pinheiros tão finos como o meu braço, pouco mais altos que eu, essa fatia não tinha mais de 5 metros de comprido por 3 de largo, com uma aberta por dentro, parecia uma ferradura feita em pinhos, diz-se que as ferraduras dão sorte, pois bem ali eu via a minha sorte mudar. A Uva vai por trás, entra e fica parada, eu cá fora espero que o pássaro sai-a, a cadela desfaz a mostra e segue no rasto até sair da mancha minúscula, já cá fora fica novamente parada, eu antevi o que ia suceder e entro na mancha, a Galinhola sai então completamente tapada, atiro para onde julguei que tinha saído, eu e a cadela expectantes olhámos um para o outro, como que perguntando com os olhos “caiu?” mas nenhum de nós sabia, aliás nenhum dos dois a vira sair, apenas a ouvira sair, de repente rompendo levemente do céu penas brancas caíam, o coração dispara e rapidamente grito à Uva, “cobraaaaa Uva, Cobra tá feridaaa!!!” a cadela sai e pouco depois vem com ela ainda viva na boca, aquele momento que me dá anos de vida, ajoelho-me e recebo de olhos vidrados o nosso troféu, extasiado felicito a cadela, que lance!
Bem, era hora de procurar mais um pássaro, procurar mais emoções, encontro-me então com Mário e o Jorge, trocamos umas breves palavras e fiquei a saber que já tinham uns belos pássaros errados e nenhuma abatida.
Pouco depois entro numa mancha que cheirava a pássaro, a cadela fica novamente parada, a Galinhola sai completamente tapada, apenas fiz um tiro como tinha feito à outra, mas desta vez a sorte não me acompanhou, um silvado enorme tinha ocultado o seu percurso. Com o coração na boca dei a volta ao silvado, a cadela numa extrema da mancha fica parada, sem esperar a Galinhola sai em direcção a um pinhal logo ao lado, não dando tempo de me acercar da cadela, faço dois tiros largos, mas nem lhe toco. Imaginei que ela estaria agora num pequeno aglomerado de sargaço na ponta do pinhal despido, com excepção daqueles 3 metros quadrados de sargaço, o Mário ali ao lado percebia o que eu imaginava, mas não, estava enganado o pássaro não estava ali, imaginei que tivesse então rodado para trás, mas para onde? Fizemos o pinhal pequeno, com não mais de 50 metros, ouço um Tiro do Mário, na outra ponta a Galinhola sai, estava fora da mancha, ele erra-a, o primo também, vejo as cadelas deles correrem na minha direcção, rapidamente olhei para cima e vi porque corriam, a Galinhola voava na minha direcção, viu-me e rodou, um único tiro e cai, cobrada pela Uva. Duas vezes parada e errada e acabei por abate-la de uma forma tão simples, ás vezes a caça tem destas simplicidades, as 2 paragens da Uva deram a esta Galinhola um pouco de história, pois o abate em si nada teve de belo.
Novamente afastei-me, procurando zonas que pudessem esconder uma Galinhola, vejo então uma mancha ao longe que poderia ter um pássaro, ficava fora do caminho que traçara, mas o aspecto, pelo menos de longe, prometia e valia a pena o desvio.
Assim que entro na mancha a cadela fica parada, nuns pinhos novos muito juntos com estevas pelo meio, rapidamente sai uma Galinhola, não dando tempo sequer para atirar. Apenas um pequeno pinhal ali ao lado era capaz de a esconder no seu intuito de fuga, a Uva em mostra novamente, eu bem posicionado esperava a saída da ave, mas antes disso a cadela desmancha e faz um rasto, ficando novamente parada quase no final do pinhal, agora já não estava tão bem posicionado e a Galinhola sai rapidamente, erro-a com 2 tiros, que nervos, não queria acreditar, 3 pássaros errados.
De caminho para o carro, atravesso um pinhal sombrio, de pinheiros muito juntos e finos, altos e sem nenhum tipo de vegetação entre eles, um chão completamente careca, apenas caruma fazia um tapete castanho incapaz de esconder uma Galinhola, a cadela numa guia lindíssima, e uma Galinhola a encastelar à minha esquerda, aquele barulho de bater de asas, “pá…pá…pá…” inconfundível, é o som de uma ave a vencer o seu próprio peso por ali a cima direita à copa das arvores, para elas devem ser infindáveis instantes, eu sinto isso, deu para tudo, um tiro centrado deitou-a por terra, cobrada novamente pela Uva.
Tinha os 3 pássaros e uma manhã inolvidável, a cadela encheu-me as medidas, esteve fantástica, segura, ligada, em Galinholas complicadas que já estão naqueles terrenos há mais de 1 mês e meio, pássaros que conhecem e dominam os terrenos onde habitam, que saem para onde querem e não para onde nós queremos, quase sempre tapadas em terrenos já por si dificílimos, são estes pássaros que nos fazem sonhar, são destes terrenos e destes lances que me tornam cada vez mais um Feliz Becadero.


Obrigado Paulinho!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Relatos sobre a Dama (JANEIRO)

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Este tópico destina-se aos caçadores de Galinholas reportarem as suas Jornadas com a Bela Dama, podem enviar-me as historias e fotos que queiram partilhar publicamente neste nosso espaço de amantes da ave, enviem relatos e historias, é mais uma forma de todos nós termos conhecimento de como vai correndo a época no nosso território, bem como trocarmos experiencias sobre alguns lances.
Poderão enviar os vossos relatos, Historias, opiniões e fotos para: pointerdapedramua@hotmail.com

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Relatos de Dezembro e Janeiro em Montalegre...


Jorge, Fica aqui contado sobre várias galinholas em Montalegre, mais concretamente da Serra do Barroso, zona esta onde irei caçar para o ano, como já te tinha dito.O meu Amigo Sr. José Manuel, um aficionado e incontestável caçador de galinholas, sempre que pode não perde uma caçada às galinholas lá em cima, ou seja, em plena Serra do Barroso. Quase com 10.000 h de reserva de caça, bem podes imaginar o tamanho da zona de caça! Caça por estas paragens à mais de 15 anos, sendo actualmente membro da direcção da reserva de caça que se prolonga desde Salto, até Atilhó já em plena Serra do Barroso.Já em Dezembro, quando eu andava por perto, lá fomos falando de vez em quanto, pois tal como eu, gostamos de caçar bicudas. Em Dezembro os abates foram bons, várias aves avistadas e de vez enquanto lá matava uma ou duas, isto assim em Dezembro. Penso, que no total matou em Dezembro quatro a seis pássaros, já em Janeiro, ele tem três pássaros mortos, um do feriado e dois do domingo, mas como vários avistamentos.Eu, naturalmente não fico indiferente, pois é como tu sabes para mim este ano já terminou! Fico ou mesmo tempo contente, pois tenho falado com ele com alguma regularidade e sempre que vai a caça vê e mata algumas.Na sua opinião, este ano é de facto bom, já há muito tempo que não havia muitos pássaros por estas paragens, visto em relação a anos anteriores, embora sempre fosse razoavelmente bom todos os anos, este particularmente é bom, diz ele. Eu também concordo, realmente vi e ele continua a ver bastantes pássaros. Tem um braco alemão, um excelente caçador, só como exemplo, este fim de semana passado, viu três pássaros e matou dois, isto porque o cão as encontrou inteligentemente, fazendo belas paragens, inclusive várias vezes na primeira galinhola, " lindo de se ver, parecia um felino ". Espero que por esses lados tenhas continuado a ver alguns pássaros como de costume, pois e meu ver, isto ainda promete muito!

Um abraço,


Luis Novais – Guimarães

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Gostava de partilhar convosco um dia de caça que me encheu de satisfação pelo trabalho do meu cachorro Harley, que só tem 8 meses.

Uma rapidinha com o MIÚDO
(o título parece um pouco Casapiano mas não tem nada a ver)

Domingo 4-01-2009: 9 Horas, Herdade da Asseiceira - Sto Estevão. Foi numa manhã de nevoeiro, muito húmida que me pôs a pensar na dificuldade do Harley (Miúdo) em parar qualquer pássaro. Mas, o que eu pretendia era que ele corresse dentro do eucaliptal para ver se lhe saltava alguma galinhola em frente do nariz. Dentro do Eucaliptal, ao fim de ter andado 400 metros, vejo o meu Miúdo parado e a olhar para mim pelo canto do olho, com aquele olhar de cachorro característico. Pensei logo que estaria parado na cama de alguma Lebre pois ele é danado para as Lebres, pois, foi a primeira peça de caça que lhe saiu em frente do nariz, mas, pelo sim pelo não, pus-me a jeito não fosse sair de lá uma Dama. Alguns segundos depois ela saiu e eu, ao primeiro tiro, pu-la no chão para o meu Miúdo cobrar (e levar montes de tempo para largar o pássaro pois ele ainda pensa que, como foi ele o primeiro a detecta-la, tem direito a ela, eu tenho que lhe explicar que como ele não traz colete tenho eu que a guardar). Fiquei todo contente, depois de ele me dar a Dama fiz-lhe uma grande festa, como aliás faço sempre. Ele entusiasmou-se tanto que, cerca de 250 metros á frente, começo a vê-lo deslizar e seguir um rasto, mais outra Dama que saía, esta sem dar paragem, mas vi a trajectória dela e atirei de pancada no meio de uns eucaliptos novos. Fiquei sem saber se tinha acertado ou não, o meu Miúdo arrancou em direcção ao tiro dado e qual o meu espanto quando vejo ele vir na minha direcção com a Dama na boca, desta vez a luta não foi grande para lha tirar. Fiquei com o peito cheio parecia um Pombo Torcaz, 2 tiros, 2 Damas e tudo à pala do meu Miúdo (Pai e Mãe exemplares nascidos na minha casa). A vaidade era tanta que devo ter andado vários metros com o nariz empinado, até tropecei num ramo de eucalipto e só não cai desamparado porque me segurei a um eucalipto, só faltou o meu cão se começar a rir, como é característico em alguns Setters, mas adiante. Depois de algumas voltas dadas estava eu a pensar que aquele dia me estava a correr bem, tirando a quase queda, tinha uma taxa de sucesso de 100%, 2 tiros 2 Damas e com um trabalho muito bom do cachorro, maldito pensamento, afinal… o Miúdo no lado direito e sai uma Dama do meu lado esquerdo, larga, mas, com distância suficiente para morrer, 2 tiros e Adeus. Acabei logo com as manias, pois eu até nem sou nenhum fora de série a atirar e já andava todo inchado. Deu logo para meter os pés no chão e me colocar na posição de atirador vulgar.
Mudo de terrenos, vou para um lugar onde o Eucaliptal tem bastantes estevas onde já tinha feito vários levantes este ano e morto algumas Galinholas. Depois de várias voltas olho para traz e vejo o meu Miúdo a passar por mim como se fosse um comboio, (ele faz isso várias vezes) 30 ou 40 metros à frente fica parado todo torto parecia um “U” voltado para mim, pois o vento vinha pelas costas, acelerei o passo e vi o vulto da Dama nas estevas, estava a 2 ou três metros do Miúdo, pensei logo ganhar posição para fazer um tiro fácil, a Dama saiu, saíram também os dois tiros e ela foi arranjar um lugar mais tranquilo para estar.
Era o destino da vida, ainda à meia hora pensava que era o maior Becadero do meu sitio e agora estava reduzido a um grande Marteleiro, enfim a vida continua e a caçada também. Faço uma volta larga pela direita para poder no regresso passar pelo sítio onde tinha deixado de ver a Dama e apanhar o vento de frente, perto do fim do eucaliptal vejo o meu Miúdo muito entusiasmado com uns rastos, alguns segundos depois, sai uma Dama larga, sem dar paragem ao cachorro eu atirei sem muita convicção, mas sabia que poderia ser que ficasse, tive sorte, ficou, vi-a cair e o meu miúdo tratou logo de ir para o lugar da queda, andei ainda alguns minutos a ver onde tinha ficado quando olho para a esquerda está o meu cachorro parado com ela, tinha caído de asa estava viva com aquele olhar lindo de grandes olhos, foi cobrada como de costume com relativa dificuldade na entrega e colocada na bolsa do colete.
Eram 10:30 da manhã, estava acabada a minha jornada de caça com o meu cachorro a ter um dia daqueles para recordar, tirei os cartuchos da espingarda coloquei-a ao ombro e fui para o carro todo feliz da vida por ter feito um dia de caça muito produtivo para o cachorro embora muito rápido.


Carlos Manuel


sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

DIÁRIO DE UM BECADERO. Relatos na primeira pessoa.




Aqui estão compilados todos os relatos editados no blog até à data, são relatos reais das minhas jornadas de caça à Bela Dama, umas melhores outras piores, umas mais outras menos memoráveis mas todas sem excepção na companhia dos meus fiéis companheiros e de grandes Amigos.




Basta clicar em cada Link que se segue para aceder ao diário.

http://abeladama.blogspot.pt/2013/01/depois-da-tempestade-vem-bonanca.html

http://abeladama.blogspot.pt/2012/12/veron-no-eucaliptal.html

http://abeladama.blogspot.pt/2012/12/dia-de-natal-e-maldicao-dos-dobles.html

http://abeladama.blogspot.pt/2012/12/don-o-fenomeno.html

http://abeladama.blogspot.pt/2012/11/faruck-como-o-vinho-do-porto.html

http://abeladama.blogspot.pt/2012/11/um-feeling-uma-quase-certeza-de-que.html

http://abeladama.blogspot.pt/2012/02/end.html

http://abeladama.blogspot.pt/2012/01/um-fim-de-semana-em-grande.html

http://abeladama.blogspot.pt/2012/01/sabado-com-o-faruck-os-lances-iam-se.html

http://abeladama.blogspot.pt/2012/01/galinhola-kamikase.html

http://abeladama.blogspot.pt/2012/01/com-muita-emocao.html

http://abeladama.blogspot.pt/2011/12/mais-veron.html

http://abeladama.blogspot.pt/2011/12/gamarras-de-natal.html

http://abeladama.blogspot.pt/2011/12/um-dia-daquelas.html

http://abeladama.blogspot.pt/2011/11/uma-mais.html

http://abeladama.blogspot.pt/2011/11/veron-e-sua-primeira-desta-epoca.html

http://abeladama.blogspot.pt/2011/11/as-primeiras-da-epoca.html

http://abeladama.blogspot.pt/2011/03/tempo-de-balanco.html

http://abeladama.blogspot.com/2010/02/o-final-inesperado.html

http://abeladama.blogspot.com/2010/02/um-final-feliz.html

http://abeladama.blogspot.com/2009/12/o-melhor-momento-de-sempre.html

http://abeladama.blogspot.com/2009/12/com-cheirinho-natal.html

http://abeladama.blogspot.com/2009/12/beleza-do-primeiro-abate.html

http://abeladama.blogspot.com/2009/01/dirio-de-um-becadero-200809-parte-4.html

http://abeladama.blogspot.com/2008/12/dirio-de-um-becadero-200809-parte-3.html

http://abeladama.blogspot.com/2008/11/dirio-de-um-becadero-0809-parte-2.html

http://abeladama.blogspot.com/2008/10/dirio-de-um-becadero-200809-parte-1.html

http://abeladama.blogspot.com/2008/10/dirio-de-um-becadero-2007-parte-2.html

http://abeladama.blogspot.com/2008/10/dirio-de-um-becadero-2007.html

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O Sabor da Dama.

Outrora exclusiva de ser degustada por Reis e Nobres, nos tempos que correm é degustada apenas com prazer por, caçadores ou verdadeiros apreciadores com carteiras abastadas, que podem pagar verdadeiras fortunas por uma refeição de Galinhola num ou outro exclusivo e requintado restaurante, que faz desta ave um prato de elaborada preparação e de finíssimo aspecto que embeleza uma mesa e distingue uma carta de menu.

Este espaço é dedicado ás inúmeras receitas de confeccionar Galinholas, vamos aqui trocar ideias sobre às formas diferentes de preparar um bom prato de Galinhola.

Venham de lá essas receitas.