quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Adeus 2019

Não tenho por hábito caçar às Perdizes, muito menos em altura de Galinholas, tampouco caçando em linha, no entanto o convite surgiu de um grande Amigo, e não podia fazer a desfeita.
A viagem começava cedo, pois a distância não era pequena e tínhamos combinado o encontro cedo, no caminho o insólito, algo incomum, apesar de ter visto muitas galinholas a passar na hora do lusco-fusco, naqueles 5 minutos mágicos, nos muitos Km realizados de noite nas viagens para a caça, esta situação é única e talvez não se repita, pois avistei 6 Galinholas juntas a passar voando pela autoestrada, 3 já tinha visto, mas 6 é algo novo, que me deixou maravilhado, e deu outro ânimo e tema de conversa para o resto da viagem.
O couto no coração do Alentejo é lindíssimo, terreno dobrado com montado de sobreiros e muitas estevas, e livre de caça mansa, onde uns bons bandos de Perdizes Bravas, as verdadeiras Rainhas Lusas, ditam as regras.
Confesso que as expectativas que levava comigo não eram risonhas, sei que não é fácil Caçar Perdizes Bravas, e mais difícil se torna quando não conhecemos os terrenos, aumentando a dificuldade quando levamos uma cadela nova, que nunca caçou às Perdizes, mas a aposta recaia na Naja.
Aposta esta que se revelou a mais acertada, pois a Naja esteve bastante bem, parando codornizes, que nesta altura estão no meio das estevas, e quando saem fazem-nos tremer o coração, e segurar o gatilho à ultima da hora, e parou 2 bandos de Perdizes, na primeira vez, uma guia magnifica, cheia de intenção e autoridade, saíram monte a baixo, acabando por errar a que atirei, na segunda vez já perto dos carros e ao cair do pano, parou um bando de cerca de 12 Perdizes, onde uma delas saiu para trás, abatida ao primeiro tiro, mandei cobrar e tudo de repente fazia sentido, a jornada, o esforço e sobretudo a aposta numa cadela tão novinha, que fez com as Perdizes Bravas, aquilo que muitos cães velhos não fazem, aquilo que muitos caçadores consideram impossível, os cães pararem as Perdizes Bravas a tiro.

Assim fechei o ano de 2019, apenas com uma perdiz, pode até parecer presunção, mas pelo lance que foi, tem um valor incalculável e esta vale mais do que 10 das de farinha, Obrigado Naja!