sábado, 31 de janeiro de 2015

Galinholas de final de época!


Mais uma Viagem longa e solitária, feita toda debaixo de muita chuva e vento, poderia até dizer que já estou habituado a estas viagens mas, a época já vai no fim e são muitos Km, já pesam, já custam, mas valem sempre a pena!
O dia nascia debaixo de um céu cinzento que aos poucos foi dando lugar a um misto de azul, um dia até bonito e pouco frio, quase a seco não fora um ou outro aguaceiro de pingos grossos que pouca moça fez, as estevas já apresentavam uma ou outra flor aqui e ali, era o prenuncio do final de época!
Galinholas muito poucas, as conhecidas não se apresentaram, à excepção de uma velha conhecida minha e sobretudo da Shiva, uma Galinhola à qual me sentia seu credor, pois já tinha sido parada uma vez pelo Don e incontáveis vezes pela Shiva, creio mesmo que já conheciam o perfume uma da outra, assim como a Galinhola conhecia o cheiro da pólvora dos meus cartuchos da única vez que me deixou atirar, mas que por mérito próprio não passou disso mesmo, cheiro a Pólvora no ar.
Como habitualmente a Galinhola estava na zona do costume, mais metro, menos metro, sempre se apresentou ali, confiante e profunda conhecedora do seu território, foi esse o seu ponto forte, foi por isso que conseguiu vezes sem conta sair tapada sem possibilidade de disparo, apesar de ter sido sempre parada pelos cães! O terreno não ajuda, é verdade mas, é aqui nestes terrenos difíceis e com este tipo de Galinholas, experientes e de final de época que se vê a qualidade de um cão! Parar Galinholas não chega, para este tipo de pássaros e de lances é necessário mais que um cão, é necessário um Grande Cão, que saiba manter as distancias, que saiba guiar um pássaro sem se deixar enganar, pois bem isso é a Shiva, isso foi a Shiva neste lance com este pássaro!
Esta Galinhola foi parada por várias vezes, a cadela ainda a chegou a ver num segundo levante, percebi isso porque a vi desfazer a mostra e correr rápido de cabeça no ar mas, pouco depois a Shiva estava novamente com ela e mais do mesmo, o mesmo de sempre, eu sirvo a cadela e a Galinhola já se tinha furtado, o terreno é despido no chão e fechado por cima, facilitando este teatro às Galinholas, mas a Shiva nestes momentos supera-se e, pouco depois serve-me esta Galinhola de bandeja, um autentico penalti, bem parada e bem abatida! Este pássaro merece o meu respeito, por tudo aquilo que fez e por todos os intensos momentos que me proporcionou!