Esta foi provavelmente a minha última jornada da época, por motivos profissionais muito provavelmente não poderei mais ir para o campo, estranhamente já sinto falta de muita coisa.
Esta jornada foi a convite de um Amigo, que só há pouco descobri que também tem gosto por esta caça.
Começámos a manhã na companhia de um Sr. A quem Deus bafejou com o condão da simpatia, acompanhou-nos com os seus Perdigueiros Portugueses nesta última jornada.
O terreno era lindíssimo, dobrado com montado e pinhal e um tapete de Estevão e sargaço, com cantos dignos dos melhores filmes de Galinholas.
Confesso que me sentia pressionado, por quem? Por mim mesmo, pois este mês de Janeiro tenho caçado pouquíssimo por falta de local onde caçar, tendo morto apenas 2 pássaros e uns quantos errados, levava então comigo a vontade de abater uma ultima Galinhola, aquela vontade de quem quer sentir o cetim daquelas penas por entre os dedos, a sensação é algo parecido com um último beijo que separa dois amantes de uma longa viagem, pois é o que mais se assemelha ela, a minha Dama vai de viagem, longa, deixando em mim boas recordações de uma época repleta de emoções fortes.
Pouco depois do começo ouço dois tiros do Pedro, eu ao mesmo tempo num vale vejo uma pequena mancha de Estevão, com tão bom aspecto que de imediato me dirigi a ela, era demasiado interessante para deixar para depois, vejo de imediato o Faruck pegar num rasto daquela forma rápida dele, percebi que ali estava mesmo uma Galinhola, e não me enganara, pois vejo-a sair na ponta oposta de onde eu e o cão estávamos, dou dois passos ao lado para acompanhar o voo, vejo que ela seguiu por cima de um caminho e ao lado de um silvado que tapava uma ribeira que separava o montado de uma várzea que seguramente ela se ia alimentar de noite, o cão não a vê, segundos depois fica parado no local onde ela levantara. Sigo então na direcção onde ela poderia estar agora, depois de um caminho mais um cabecito, o cão faz o cabeço naquela velocidade de Pointer, eu chego ao cabeço vejo o cão a chegar a uma mancha de sargaço e ficar parado, a corrida do costume, o coração a bater e aquela adrenalina que quanto mais provo mais me vicio, deve ser como qualquer droga dura, o cão tinha a galinhola parada a talvez uns 40 metros, sente-me e guia, ela levanta já larga junto a outro caminho, atiro e apenas lhe parto uma asa, vejo-a cair no meio do caminho e mal se endireita começa a correr, rapidamente mando o cão cobrar e, tão rapidamente a tenho nas minhas mãos, sem espelho consigo saber que cara tinha naquele momento, uma alegria instala-se, a alegria que só uma Galinhola me consegue transmitir, uma festa no cão e umas palavras que ficam entre nós. O pássaro estava gordíssimo, e pela forma como se furtava percebia-se que não era o primeiro cão que via e talvez já conhece-se o soar de um tiro.
Apenas se viram dois pássaros, mas que um deles me deu um lance lindíssimo de despedida, deixando-me um gostinho especial na boca e já muita saudade.
Obrigado Pedro pela bela manhã!
Esta jornada foi a convite de um Amigo, que só há pouco descobri que também tem gosto por esta caça.
Começámos a manhã na companhia de um Sr. A quem Deus bafejou com o condão da simpatia, acompanhou-nos com os seus Perdigueiros Portugueses nesta última jornada.
O terreno era lindíssimo, dobrado com montado e pinhal e um tapete de Estevão e sargaço, com cantos dignos dos melhores filmes de Galinholas.
Confesso que me sentia pressionado, por quem? Por mim mesmo, pois este mês de Janeiro tenho caçado pouquíssimo por falta de local onde caçar, tendo morto apenas 2 pássaros e uns quantos errados, levava então comigo a vontade de abater uma ultima Galinhola, aquela vontade de quem quer sentir o cetim daquelas penas por entre os dedos, a sensação é algo parecido com um último beijo que separa dois amantes de uma longa viagem, pois é o que mais se assemelha ela, a minha Dama vai de viagem, longa, deixando em mim boas recordações de uma época repleta de emoções fortes.
Pouco depois do começo ouço dois tiros do Pedro, eu ao mesmo tempo num vale vejo uma pequena mancha de Estevão, com tão bom aspecto que de imediato me dirigi a ela, era demasiado interessante para deixar para depois, vejo de imediato o Faruck pegar num rasto daquela forma rápida dele, percebi que ali estava mesmo uma Galinhola, e não me enganara, pois vejo-a sair na ponta oposta de onde eu e o cão estávamos, dou dois passos ao lado para acompanhar o voo, vejo que ela seguiu por cima de um caminho e ao lado de um silvado que tapava uma ribeira que separava o montado de uma várzea que seguramente ela se ia alimentar de noite, o cão não a vê, segundos depois fica parado no local onde ela levantara. Sigo então na direcção onde ela poderia estar agora, depois de um caminho mais um cabecito, o cão faz o cabeço naquela velocidade de Pointer, eu chego ao cabeço vejo o cão a chegar a uma mancha de sargaço e ficar parado, a corrida do costume, o coração a bater e aquela adrenalina que quanto mais provo mais me vicio, deve ser como qualquer droga dura, o cão tinha a galinhola parada a talvez uns 40 metros, sente-me e guia, ela levanta já larga junto a outro caminho, atiro e apenas lhe parto uma asa, vejo-a cair no meio do caminho e mal se endireita começa a correr, rapidamente mando o cão cobrar e, tão rapidamente a tenho nas minhas mãos, sem espelho consigo saber que cara tinha naquele momento, uma alegria instala-se, a alegria que só uma Galinhola me consegue transmitir, uma festa no cão e umas palavras que ficam entre nós. O pássaro estava gordíssimo, e pela forma como se furtava percebia-se que não era o primeiro cão que via e talvez já conhece-se o soar de um tiro.
Apenas se viram dois pássaros, mas que um deles me deu um lance lindíssimo de despedida, deixando-me um gostinho especial na boca e já muita saudade.
Obrigado Pedro pela bela manhã!