domingo, 8 de janeiro de 2012

Com muita emoção.

É com emoção que relato aqui os lances de mais uma jornada, uma jornada intensa repleta de lances lindíssimos, de atascanços com o carro a galinholas erradas esta jornada teve de tudo.
O calor destes dias fez-me levar os 2 cães, para caçar como sempre apenas com uma de cada vez, mas para poder trocar de cão a meio da jornada.
O Faruck foi o primeiro a sair do carro, pouco mais de meia hora e tinha a primeira galinhola parada, que me saiu a não mais de 2 metros dos pés, a manhã gelara-me os dedos e os movimentos, errada de forma tão ingénua que ainda hoje estou parvo com tremendo falhanço, felizmente que aprendi a controlar-me, a não me deixar afectar com estas situações inerentes ao acto, afinal errar é humano e eu não sou diferente. Desculpas, pois a verdade é que aquele pássaro deveria ter caído!
Era hora de continuar, procurar um outro pássaro, pois aquela tinha-se evaporado! Num eucaliptal despido, novamente o Faruck parado a uns 40 metros de mim mesmo à minha frente, o pássaro estava entre os dois, saiu-me perto a um metro do chão, teve a inteligência de se encobrir com o cão, passou-lhe mesmo por cima, a não mais de meio metro dele, um tiro no pássaro era um tiro no cão, pelo que, lá foi mais uma, engoli em seco, descarreguei-lhe não os meus 2 tiros mas o meu alargado reportório de calunias, mas agora a frio, tiro-lhe o chapéu, foi mais forte, foi mais inteligente, pois fez do cão o passaporte para a vida!
Era tempo de ir ver de um pássaro que tinha errado no dia de Natal, não estava no sitio mas, 100 metros à frente o Faruck fica parado, sai no rasto, uma eternidade, hora para, hora guia, demasiado tempo, demasiado para um cão comum, não para ele, a cauda, como uma caneta especial escrevia-me o que o nariz dele sentia e o que ele por palavras não me conseguia transmitir. Conheço-o como me conheço a mim, a ligação é enorme, somos uma equipa, confiamos um no outro, sabemos ler os movimentos, sabemos o que cada olhar significa, é esta parceria que nos dá os resultados que temos tido ao longo destes anos. O pássaro estava ali, ele sabia, eu sabia, era uma questão de tempo, parada mais uma vez no final daquela pontinha de mato, saiu-me entre os dois ciente do que a esperava, aí estava a primeira da manhã, num lance de insistência do cão em que eu desta vez aproveitei ao máximo.
A não mais de 50 metros o beeper toca novamente, acerco-me do cão, ele guia, e fica novamente parado, a cauda a mexer em câmara lenta dizia-me tudo, está aqui mas vai novamente a pés, e aí está mais um pássaro no ar, dei-lhe no primeiro tiro, e meto-a no chão com o segundo, cobrava assim o segundo pássaro da manhã, que lance, que lance dizia para mim mesmo, o cão, bem o cão seguramente que sentia a mesma emoção que eu, felizmente que este ano consigo colorir estas palavras com alguns pequenos filmes e este foi um dos que consegui filmar, e como uma imagem vale mais que mil palavras, aqui fica o lance.

Ainda tive mais uns bons pássaros parados, uma outra errada, a sair tapada e uma parada pelo Veron do lado contrario dum arame, abro a arma e coloco-a no chão, salto o arame e assim que meto os pés no chão ela levanta, completamente a tiro, pena, seguiu apenas mal tratada pelas minhas rudes palavras, abatida hoje ao segundo tiro no mesmo local parada novamente pelo Veron, num lance que deu para tudo.

Mas naquele dia ainda acabei mor abater uma mais com o Faruck, num lance de inteligência minha, pois o cão vinha a guiar e a parar em direcção ao final da mancha e eu corri pelo caminho para a apanhar quando levantasse na ponta, foi o que aconteceu, o cão parou-a e ela saiu para onde eu pensava e foi facilmente abatida.

Vários pássaros, diversos levantes e momentos emocionantes , são estes momentos que procuro viver, são estes momentos que nos fazem sair ao campo.