quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Beeper, como e porquê?

Muitas são as vezes que nos deparamos com as dificuldades dos nossos cães em caçarem com o beeper, não andarem e refugiarem-se nas nossas pernas, desfazerem a paragem quando o beeper toca e, deslizarem á ordem do beeper a cada toque deste são problemas comuns no inicio da utilização do beeper pelo cão.
Resolver estes problemas e ultrapassa-los nem sempre é uma tarefa fácil, muitas vezes o carácter de um cão dita o sucesso ou o insucesso ou a maior ou menor dificuldade em consegui-lo.
A primeira vez que um cão sai para caçar com o beeper pode estranha-lo, comuns são as vezes de um cão nem liga á coleira que agora transporta ao pescoço, porque tem um carácter forte e descontraído e não lhe faz a mínima diferença caçar com ela, embora muitas vezes as primeiras paragens com beeper em determinados cães sejam complicadas, a grande maioria de inicio tem a tendência de desmanchar a paragem, deslizar ao som de cada beep, ou mexer a cabeça. Outros exemplares mais desconfiados ou sensíveis de carácter sentem-se incomodados e recusam-se a caçar com o beeper e, não nos saem das pernas. O que fazer nestes casos, como se deve iniciar um cão a caçar com o Beeper, para que não nos deixe ficar mal a quando dum belo lance com Galinholas, há truques e dicas, pequenos segredos que possamos utilizar para meter o nosso cão a caçar com o Beeper?
No inicio da utilização deste pequeno acessório o cão pode-se deparar com uma incógnita e fazer uma associação errada, alguns cães que são treinados com o colar eléctrico e, que por má utilização do mesmo rejeitam caçar de colar, mas caçam normalmente sem este, por vezes e dadas as semelhanças físicas do Beeper e do Colar, os cães ao senti-lo ao pescoço automaticamente sentem o beeper como sendo um colar e, assumem a mesma postura de medo, refugiando-se e não andando.
Neste caso não passa de uma associação errada por parte do cão, que dará mais trabalho a resolver, teremos de tentar incentivar o cão a andar com o beeper, tentamos mete-lo em zonas com muita caça, coelhos e perdizes, para que desperte os seus instintos e para que abra e perceba que aquilo não é um colar, embora por mais tentativas que façamos muitas vezes o trauma é grande e não tem solução, é então nessas ocasiões que recorremos a caçar apenas de chocalho, optando por não martirizar mais o animal.
Animais um pouco menos sensíveis, que apenas reduzem o andamento ao sentir o colar, que o consentem apenas apresentando um ligeiro desconforto e desconfiança, a receita é a mesma, muita caça até que o cão se habitue e não ligue ao que transporta consigo. É então altura de ele trabalhar com o colar, por norma não fazemos a estreia do nosso cão com beeper em jornadas de Galinholas, este é um trabalho que habitualmente é feito fora de época, em treinos periódicos com o nosso cão, a preparação antecipada do nosso cão e o limar de arestas não deve ser feita em pelo acto de caça, para não perdermos lances bonitos, é algo que nos ajuda na altura de defeso a suportar a longa e necessária paragem, deixando-nos na mesma ligados ao cão e á ave, preparando tudo criteriosamente de maneira a nos apresentarmos a ela na melhor forma possível.
O que fazer então, como habituar o nosso cão a suportar o som do beeper durante a paragem?
Por norma teremos de fazer uns treinos com caça e abate, uma encenação real do que será o futuro, o faisão por ser uma espécie que habitualmente dá muita paragem aos cães, é a espécie escolhida, embora perdizes sejam também possíveis de utilizar. O primeiro passo é começarmos com jornadas sem caça ou pelo menos sem abate, onde é colocado o beeper ao cão em modo de “chocalho” ou seja, programamos o nosso beeper de forma a este tocar 5 em 5 segundos, desta maneira o cão mesmo em andamento e por intervalos periódicos de 5 segundos ouve o beeper, assim vai-se habituando ao som que acabará aos poucos por lhe ser familiar. Utilizando este método o cão mesmo quando fica parado já há muito que estava a ouvir o som do beeper, o que lhe dará uma outra tranquilidade quando trabalha a emanação e pára o faisão, pode na mesma sentir-se desconfortável nesta nova situação, pois em mostra o beeper toca 2 em 2 segundos. É aqui que entramos nós! Podemos e devemos então acalmar o nosso cão, a situação é por vezes idêntica ás primeiras paragens de um cachorro, o som do beeper, dá-lhe impulsos de entrar á caça, é hora de o segurar, á voz, com umas festas no dorso, ou até mesmo em casos que a isso careça, atrela-lo.
A partir daqui o cimentar dos conhecimentos estão directamente ligados a uma palavra que está implícita em qualquer treino de um cão de Parar, experiencia. Os muitos e variados lances vão fazer com que o cão se habitue a caçar com este magnifico e útil acessório, ao ponto de o ignorar ou até em muitos casos também o cão o utilizar e ser-lhe também a ele cão um instrumento útil na sua jornada.
Pode parecer estranho e desadequado dizer-se que um cão utiliza e faz-se valer de um aparelho electrónico na caça. Mas, é de todo verdade! Muitos cães sabem como utilizar este aparelho, sabem que é este aparelho que o liga á arma em terrenos fechados, sabem esperar pelo caçador sempre com o beeper a tocar, ao ponto de apenas deslizarem quando sentem a arma perto.
Muitos são os casos de cães ficarem em Patron apenas por ouvirem o beeper, saberem o significado do cantar do beeper, bem como em outros casos e estes mais chatos, cães pendurarem-se no beeper e, quando o ouvem correm qual atirador ao seu som e muitas vezes para se pendurarem no trabalho de outro cão. Outro exemplo é um cão que conheço, que se alarga bastante e por vezes desliga-se completamente do caçador, mas imobiliza-se propositadamente até o beeper tocar para que o seu dono o encontre, depois de o ver volta a caçar.
São todos estes pormenores que nos apaixonam pelo complexo mundo dos cães.