domingo, 27 de dezembro de 2015

Longe da Realidade perto do Céu!

A viagem é solitária e longa, longa o bastante para pensar em todos os vales e crenças que quero ver, delinear a jornada, pensar nas que lá deixei, estarão lá, sairá aquela para o mesmo lado, desta vez vou tentar entrar por baixo, dá tempo para muitos pensamentos, como escolher qual o cão que sairá primeiro, não os escolho ao acaso, escolho pelo terreno, pela forma física, pelo cansaço que apresentam, mas nunca ao acaso!
Ainda escuro, lusco-fusco na hora delas passarem, ao fazer a última curva vislumbro as luzes da aldeia que em silêncio indica-me que a viagem chegou ao fim, sinto um frio na barriga são as expectativas a aflorar, os pensamentos em breve serão uma realidade, entro na estrada de terra batida, os cães despertam, o silêncio dá lugar à impaciência e fazem-se sentir! A lua enorme, redonda lá no alto, ilumina os últimos metros do caminho, uma lebre corre uma centena de metros alheia ao perigo. Paro o carro no lugar de sempre, os melros anunciam a manhã, 5 graus, sinto o frio nas mãos e a liberdade no corpo! Sem hora para começar e muito menos para terminar, o relógio pára, sou dono do meu tempo, sem patrões, sem e-mails, sem chamadas, sem colegas, apenas os companheiros de 4 patas que apenas demonstram tanta ou mais paixão pelas Galinholas que eu, olho para eles com a mesma certeza de qualquer outro caçador de Galinholas, são os melhores cães do mundo! Penso isto não com um narcisismo estúpido, mas com a convicção cega de um verdadeiro apaixonado por esta caça e pelos seus cães!
Preparo-me e solto a Shiva, saltitante de alegria por ter a mesma sensação de liberdade que eu, estava ali para fazer aquilo para que nasceu e ainda bem que nasceu. A primeira Galinhola é encontrada a muitos km do carro, uma das repetentes que 15 dias depois se apresentava exatamente no mesmo local, a Shiva para-a e faz o mesmo de sempre, guias e mostras, eu preparava-me para saltar o arame, pois a Shiva bloqueava-a sempre no mesmo local do outro lado do arame, no entanto desta vez ela deu em não passar o arame, sigo a guia da cadela, pouco depois aí está ela no ar, abatida facilmente!
Era tempo de voltar para o carro, ainda faltava ver uma zona lá perto, a Shiva num local conhecido e de grande crença, entra em mostra, a Galinhola sai muito rapidamente e larga, abato-a já larguíssima ao primeiro tiro, “benditos cartuchos Trust”, quando mando cobrar sai outra, outra que, ainda foi parada e vi-a graciosa cruzar as estevas, linda exclamei, depois evaporou-se!
Era tempo de ver de outra errada 15 dias antes, no entanto e pelo caminho uma mais que apesar de bem trabalhada pela cadela não me consegui colocar a tempo e lá foi ela!
A nossa Amiga estava no mesmo vale e exatamente nos mesmos paus, uma zona sem árvores mas muito húmida, com este tempo a humidade é mesmo a única coisa que segurava ali uma Galinhola, desta vez saiu para o lado oposto ao da última vez, terreno limpo, deixei-a alargar e abati-a ao primeiro tiro, aí estava o primeiro cupo desta época para a Shiva!
São estes momentos que nos fazem esquecer a realidade, parar o relógio e viver intensamente os momentos, desta vez proporcionados por uma cadela especial, a Shiva!


sábado, 26 de dezembro de 2015

Galinholas de Natal.

A tradição ainda é o que era, uma vez mais e como manda a tradição cacei nos dois dias de Natal, 24 véspera e 25 dia de Natal! Para mim caçar no dia de Natal tem algo de mágico, apesar de ser uma jornada curta no dia 25 devido ao tradicional Almoço de Família, nada me dá mais prazer que, chegar a casa com uma Galinhola abatida nesse dia, são coisas antigas, que o passar dos anos reforça a importância e, que acima de tudo tento manter como algo de bom e de valor, afinal o valor das coisas não está só naquelas prendas na noite de 24, está acima de tudo nas tradições e nos momentos que damos real valor!

24 de Dezembro, a Elma era a escolhida, uma jornada solitária como eu tanto gosto! os terrenos muito bonitos e conhecidos, uma primeira Galinholas que se tinha levantado na semana anterior muito longe de mim e do Don, desta vez a fazer o mesmo, a Elma a para-la por 3 vezes sem que me deixa-se aproximar para servir a cadela, até que no ultimo levante se evaporou! Depois uma repetida, a sair tapadíssima sem ser sequer atirada, encontrada apenas no final a já perto do carro e, errada de penalti, com a Elma a dar-ma de bandeja e eu a erra-la escandalosamente! Antes disso, a Elma numa zona de sargassos, para deitada como sempre faz, a Galinhola sai rapidamente e é abatida ao primeiro tiro, e aí estava a Galinhola do Natal, 3 vistas, vários levantes e uma jornada magnifica da Elma!
25 de Dezembro, dia de Natal, uma jornada que seria curta, até ao meio dia, pois esperava-me a família para o almoço de Natal! Desta vez era o Don que me acompanhava, rapidamente para a primeira Galinhola, muito longe, seguiu-se um bailado de mais de 20 minutos até a bloquear! foram guias e guias, com a Galinhola de levante sempre à frente, até que a ouço pela primeira vez levantar, não a vi mas, percebi que tinha ido em frente. O Don novamente em mostra e depois de mais uns bons metros a guiar finalmente bloqueia aquele pássaro esquivo, saiu-me perto e erro-a ao primeiro e abato-a ao segundo, era a primeira e única cobrada naquela manhã, apesar de ter visto mais duas, uma que se levantou longissimo e, outra que a levantei eu sem querer e que, apesar do instinto me fazer apontar e a ter como morta, indultei-a para uma próxima oportunidade, para morrer, morrerá com dignidade e sempre parada pelos cães! Assim se manteve a tradição, belas prendas me deram o Don e a Elma!


domingo, 20 de dezembro de 2015

Os Pequenos Pedra Mua

É com grande orgulho e agradecimento que recebemos e publicamos as fotos dos cachorros Pedra Mua, fotos de cachorros que começam a dar os primeiros passos nas Galinholas com grande habilidade e classe! É para nós um momento de grande satisfação quando nos ligam e/ou enviam e-mails e mensagens de agradecimento pela qualidade dos cachorros que criamos, no entanto, somos nós que agradecemos aos nossos Amigos a confiança depositada no nosso trabalho mas, nada disto fazia sentido se, depois não houvesse continuidade, se não treinassem e levassem os cães ao campo, felizmente que também nesse aspecto as coisas têm funcionado!

 Juka da Pedra Mua                Look da Pedra Mua
                                 
Lanna da Pedra Mua                 Lego da Pedra Mua

Lambetta da Pedra Mua       Fly da Pedra Mua


sábado, 19 de dezembro de 2015

Dias quentes, terrenos difíceis!

Este é um ano duro, duro para caçadores e cães, um ano demasiado seco, a densidade é reduzida e, para complicar tudo isto, o calor que se faz sentir aumenta as dificuldades! O calor e, os terrenos secos obrigam a rodar muito os cães, as lesões nas patas pelo terreno que parece lixa são constantes, ainda assim, uma a uma vão caindo, lances magníficos vão dando alento para continuar a ir ao campo mesmo nestas condições extremas!
Este será o ano que separa os Amantes da modalidade dos outros, daqueles que, matam Galinholas porque os coelhos são escassos, as perdizes poucas e ásperas e, as lebres de levante com estes terrenos secos ninguém lhe toca! Será até final uma época dura, os pássaros estão em terrenos menos típicos e, apenas os bons Cães nos dão lances dignos de recordação!




domingo, 13 de dezembro de 2015

Cães de Parar ao serviço do conservacionismo!

Cães de Parar ao serviço de proteção da fauna:
Um pequeno vídeo para vermos como podem os Cães de Parar contribuir para o importante processo de anilhagem de Galinholas no Quebeque, Canadá!
Os Caçadores do Clube Quebec (CBQ) têm o orgulho de lançar o seu novo video destacando o trabalho vital dos Cães de Galinholas e seus condutores.
Este vídeo foi produzido em colaboração com a Federação de Pescadores Quebec e Caçadores (FédéCP) e faz parte de um projeto em marcha com uma série de cinco filmes sobre os tipos de cães de caça usados Quebec.
Feito pelo cineasta Jean Boutin, este vídeo vai mostrar a prática e os benefícios associados com os cães de Parar na caça e no trabalho de anilhagem de Galinholas. O talento e a capacidade destes Cães em encontrarem e pararem caça é preponderante para que, seja possível anilhar estas aves de tão complicada captura sem abate, o trabalho destes cães e caçadores contribui para o futuro da espécie.
Assim, prova-se que, os Caçadores e os seus Cães de Parar, têm muita importância na continuidade das espécies!

Chiens d'arrêt from FédéCP on Vimeo.


segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Galinholas a 3.

A manhã apresentava-se como as demais nos últimos meses, quente e soalheira, a zona era nova e nunca antes pisada por mim, pelo João ou pelo Ricardo, o grupo que uma vez mais se juntava aqui a Sul!
A zona prometia, como diz o povo "os olhos também comem" e, à primeira vista, os terrenos eram fantásticos, parámos os carros num alto onde se vislumbrava o couto quase todo, nos terrenos mais típicos nada, apenas as perdizes a darem trabalho aos cães e, a mexerem com os nossos nervos, mas não era por elas que ali estávamos!
A primeira estava numa zona fechada, muito característica, onde nem é preciso ser cão para as sentir, o Don parou-a imensas vezes mas, o terreno era propicio para que ela se movesse a gosto, chegado ao final da mancha, pequena por sinal, uma olhadela em redor e rapidamente vi onde ela se tinha enfiado, estava pronto a apostar que, tinha voado para uma pequena "ilha" de mato muito fechado! E estava mesmo, o Don parou-a novamente, mas novamente ela furta-se para uns matos fraquinhos! O Beeper toca, mando guiar o Cão e, ele fazia cangocha, nem mais um centímetro, este comportamento é típico quando, o pássaro está logo ali! Ela ainda assim, conseguia furtar-se mais um pouco, o Don sai à direita e passa a uns 20 metros de um chaparro que, a beijar-lhe os pés, tinha uns insignificantes sargaços e a Galinhola, eu passo a meio metro dela, a Galinhola deixa-me passar a uma distancia segura e arranca para trás! Foi uma manobra de mestre, inteligente e característica de, quem já domina o seu terreno e, de quem já se furtou a muito cão de perdizes! Não mais dei com ela!

Depois fui ao encontro do desconhecido! Passo a passo, ia olhando para todo o lado, até que por fim, dei com uma zona mais sombria, onde dei com 3 Galinholas, a primeira foi abatida ao 5º levante, muito bem parada pelo Don, a sair tapadissima, um tiro de instinto e a incerteza de saber se a tinha abatido, até que por fim, o Don aparece com ela na boca, o alivio e a alegria instala-se!
Pouco depois, mais outra que, por fim, ao 4º levante, sai a jeito, um tiro mais fácil que na primeira e um cobro fácil do don, pois ela caí-a viva apenas com uma asa partida! 
O Ricardo também abate uma e o João teve apenas um percalço com os Porcos, que abalroaram o Jay e deixaram-lhe uma marca de guerra, tendo de ser cozido!
Foi uma bela jornada, pena o calor improprio, Galinholas Difíceis que dão trabalho mas, muita emoção também! Bonito ver o Don e os seus filhos no campo, Jay e Icone da Pedra Mua!