sábado, 23 de março de 2013

Areta del Baldio (Harpa)

Por indicação de um Amigo fui ver uma cadela que estava bem referenciada, sem qualquer tipo de espectativa liguei e combinei ver sem compromisso não uma, mas duas cadelas no campo. Fui bastante séptico, pois toda a gente diz ter os melhores cães e depois apresentam o pior que se pode  imaginar, arranquei despreocupado numa de passeio, pois até levei a família, pelo menos tinha companhia e almoçávamos fora.

Combinara ver as duas cadelas no terreno, quando chegámos vimos um casal de perdizes bravas a esgueirar-se dos carros e passar apressadas do asseiro para o eucaliptal.
A primeira cadela que vi era importada de Espanha, com afixo de El Baldio do conhecido García Rico, quando a soltámos apaixonou-me logo nos primeiros movimentos, cabeça bem no alto, fortíssima no terreno, a andar bem, voava baixinho como eu gosto, em contacto com um pombo numa caixa lançadora só para ver a forma de parar e de abordagem à caça, fez uma mostra deitada e larguíssima, seguida de uma guia felina até bloquear a peça, um lance do mais belo que vi em cães que não os meus, depois do pombo solto, respeitou o levante com grande tranquilidade. Pedi então para a ver em terrenos mais fechados, mais próximos do que ela iria encontrar nas minhas mãos, demos então uma volta numa zona de Eucaliptal mais fechado e com mato. A cadela continuou forte naqueles terrenos e sempre enquadrada connosco, subitamente desapareceu, apitos e mais apitos e nada, fomos até aos carros ver se ela tinha lá ido ter, não estava, nós acima a baixo à procura da cadela até que, passado muito tempo ouço as perdizes levantar quando nos sentem aproximar, a cadela esteve todo o tempo no chão parada com aquele casal de perdizes que, por destino tinham-se atravessado no meu caminho complicando ainda mais as coisas e acicatando-me as ideias.
Pensei para mim, já não preciso ver mais nada! Já me via às Galinholas com ela, tinha seguramente lugar lá em casa, mas vimos a outra fêmea, mais nova e ainda mais forte no terreno, forte demais para caçar, uma excelente cadela para a competição.
Depois disto seguiu-se uma semana de muita ponderação, a negociação não foi fácil, dificilmente quem tem bons exemplares se quer desfazer deles, quem vende acha pouco dinheiro, quem compra acha muito, após muita negociação chegámos a um entendimento final por fim, hoje, este magnifico exemplar é nosso, é com grande alegria que apresentamos a nova aquisição do Canil da Pedra Mua, esta cadela fará seguramente as alegrias de muitas jornadas de Galinholas bem como assegurará a melhor descendência os nossos machos, estamos seguros que esta fêmea foi a melhor aposta para reprodutora do Canil da Pedra Mua, pois tem na sua genealogia os melhores Setters da Europa, sendo filha do Miró e da Tirana del Baldio, além de uma inquestionável qualidade é um exemplar à altura do que estamos habituados!


Pedigree da Harpa:
Clique em cima para ver.

 

quinta-feira, 21 de março de 2013

A Arte com Pena.

É por isto que se chama pena do Pintor, fica uma pequena maravilha, feita com penas de Galinholas, trabalhos magnificos!


domingo, 3 de março de 2013

CRÓNICA DE UMA LIBERTAÇÃO.


Tudo começa numa noite rigorosa no início de Dezembro, quando recebo um telefonema do caro Pres. Lorenzo Carnacina que me informa que "há uma situação de emergência" na Croácia.
Dentro de minutos, graças a um eficiente contacto pude falar com "o homem croata" num italiano excelente informa-me do que tinha acontecido.
Praticamente tudo tinha acontecido naquela noite, durante uma violenta tempestade de neve num posto aduaneiro entre a fronteira Bósnio/Croata sob poderosas luzes que iluminaram os terrenos do posto fronteiriço quando subitamente, começaram "a chover Galinholas". Aconteceu então naquela noite tempestuosa, mais de 150 Galinholas tinham caído numa confusa manifestação em frente a funcionários aduaneiros e habitantes locais, onde se inclui um caçador que recolheu pelo menos 25 Galinholas das mãos bósnias que definitivamente iriam ser vendidas
A nossa intervenção tem sucesso em primeira instância, para parar o bósnio assistiu ao "milagre da chuva."
Com algum esforço consigo contactar um Centro em Zagreb na Croácia, pedindo-lhes apoio nos pontos de acção imediata, mas com isto já passaram mais de 24 horas.
As dificuldades logísticas, climáticas e problemas de tempo, condições de reactividade não pressagiam um bom final para as galinholas infelizes à má sorte nas mãos do bom homem bósnio.
A prontidão e eficácia de Stephan (o croata caçador) a sua ajuda foi fundamental no terceiro dia e assim um grande número de galinholas exaustas e subnutridas mudam de mãos para serem finalmente conduzidas para a liberdade.
Estamos muito orgulhosos de termos sido capazes de contribuir para um final feliz mesmo que com um resultado parcial impedimos o pior destino para estas galinholas num inverno rigoroso nos Balcãs.
Felizmente as boas origens sociais e culturais dos caçadores às vezes diferentes são capazes de ser acompanhados por igual sensibilidade e respeito para com um animal tão nobre como delicado e vulnerável. HONRA O NATURALISTA CAÇADOR!

Fonte
Amici di Scolopax