quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Tempo de migração.

Nesta altura do ano é já tempo de nós caçadores falarmos uns com os outros a fim de sabermos das perspectivas de cada um para a época que se avizinha. Será boa, será má, criaram bem, vêm cedo, vêm tarde? Estas e outras questões invadem a mente de um Becadero.
É habitual ouvir-se, “este é um ano de chuva vai haver pássaros” mas nada mais longe da verdade! Aquilo que se julga vulgarmente, que um terreno húmido com uma boa manta morta é propicio para chamar mais aves, mas não é assim, a nossa meteorologia interna nada significa na migração e no instinto migratório da Galinhola, pois ela sai com o intuito de fugir ao frio extremo que se faz sentir nas suas zonas de nidificação, as Galinholas iniciam as suas migrações sem saberem as condições que vão encontrar nos locais finais onde vão passar o Inverno a milhares de Km de onde iniciam a viagem, partem com uma rota defenida, mas que pode por vários factores entre eles as direcções e intensidades dos ventos ser alteradas. Portanto o que leva a serem bons anos de Galinholas não é mais que a sorte das condições no momento das viagens se proporcionarem de forma a empurrarem-nas para cá e, ter sido um ano favorável de procriação, as condições dentro do país, apenas leva a uma maior ou menor distribuição interna, pois é comum haverem depois de chegadas cá, migrações internas onde se distribuem pelos locais de crença.
Sem qualquer estudo cientifico que assegure e comprove esta ideia formada, podemos dizer pela experiencia de muitos caçadores especialistas que, as Galinholas, gostam mais de fazer as suas deslocações migratórias nas noites de lua cheia, é comum dizer-se que a lua Nova em Novembro bem como as 2 noites que antecedem a lua Nova até ás 2 noites depois, são propicias para alas viajarem, desde que coincida com o final do mês.
Talvez a notória influência da Lua nas mudanças do tempo seja também ela preponderante no clique necessário para a Galinhola se fazer ao caminho.
Muitas são as vozes que acham que as noites escuras sem lua, ou demasiado escuras pelo mau tempo, não favorecem as deslocações destas aves, é aí que se sabe morrerem muitas Galinholas, nas suas necessárias migrações anuais, os postes de alta tenção, as Torres e edifícios altos, redes e construções humanas podem tornar-se pouco visíveis e fatais para a ave, por vezes são avistadas aves aparentemente esgotadas em parques urbanos de grandes cidades, talvez guiadas para lá pela luz nocturna típica e visível a quilómetros.
As aves começam as sua migrações desde meados de Setembro, as aves nascidas na Rússia não ficam lá a passar o Inverno rigoroso que se faz sentir, optando por se deslocarem para zonas ainda que frias mas mais amenas, propicias a albergarem tão belo ser.
Durante o mês de Outubro a Finlândia e os países bálticos começam as ondas de frio que despertam os impulsos migratórios das aves provocando abandonos em massa da região, consoante os ventos as aves vão-se dispersando desde a França, Itália, Croácia, Espanha, Portugal, Marrocos e Ilhas Italianas, Espanholas e Portuguesas entre outras, a dispersão das aves tem muito a ver com as condições climatéricas encontradas na altura da viagem, os ventos favoráveis de norte, nordeste são os mais apreciados pelos Portugueses, pois são os que nos trazem maior numero de aves.